quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma agulha no palheiro

Aborto. Tenho certeza que vou contra a maioria quando digo que sim, sou completamente a favor.

Eu tenho plena consciência dos diversos meios anticoncepcionais. E concordo que sim, cada casal deve ser responsável pela própria segurança e saber dos riscos que corre ao não seguir nenhum dos métodos possíveis. Sempre que esse assunto vem a tona, eu penso na mesma situação, e gostaria que vocês pensassem comigo.

Eu sei que a chance de isso acontecer não é muito grande, mas com certeza todos vocês já ouviram histórias de mulheres que engravidaram mesmo tendo usado métodos anticoncepcionais. Eu penso nessas pessoas, que fizeram como deveriam, que sabiam quais seriam as consequências caso não o fizessem. E, por algum acaso do destino, acabaram grávidas. Eu penso nessas pessoas, que não queriam que as coisas fossem desse jeito. Eu penso na infelicidade delas. Eu penso no peso, e não na felicidade que deveria ser para elas. O peso de cuidar de uma criança. O peso de ter de pensar por duas vidas, e não só a sua.

Acredito também que uma mãe adolescente nunca seria uma boa mãe. Por não ter maturidade o suficiente, por não ter um corpo preparado para isso, por ser a hora errada. Eu sei que talvez seja egoísmo, que talvez seja errado. Mas essa mãe não vai dar a melhor vida para sua criança. Não vai ter e nem dar a melhor vida.

Eu sei que cada caso é diferente. E que os meus argumentos não são válidos para a aprovação do aborto. Eu sei que eu mostrei um caso que representa uma porcentagem minúscula. Eu sei que nunca vou conseguir provar meu ponto de vista. Eu sei que minha opinião é uma agulha no palheiro. Mas não posso deixar de me expressar.

Eu penso em mães com uma vida estável. Mães saudáveis, preparadas. É assim que eu penso na maternidade.

5 comentários:

  1. Acredito também que nada acontece por acaso, ou por obra do destino. Se Deus concedeu a criança, é porque um proósito tinha nisto.

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  2. Concordo com você no sentido de que não devemos ser tão simplistas de dizer é errado e pronto, fim da discussão. São tantas as variaveis, as circunstancias especiais e as consequências que as reflexões precisam mesmo ser mais profundas.
    Sou a favor da descriminalização consciente do aborto. Lógico que seria preciso todo um aparato estatal pra que isso funcionasse bem e não se desvirtuasse. Ninguém seria obrigado a abortar, mas abriria-se a possibilidade para isso. Até por que sendo criminalizado só engrossa as estasticas de morte das pacientes.
    Mas, claro, a questão é muito complicada e sempre existem outras alternativas, como a adoção.
    ;)

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  3. Parabéns pelo texto, principalmente pelos argumentos usados. Sou contrária ao aborto, mas, não posso deixar de perceber que tua lógica é tão real quanto os argumentos contrários que usei ao defender minha opinião. Dos dois textos que li e que se mostraram a favor, o teu se mostra como o mais consciente; não mudou um milimetro do meu pensamento, porém não me trouxe a sensação de estar lendo palavras vazias. Não cabe, aqui, explicar porque sou contra a prática abortiva. Mas, caso se interesse, dá uma passada no meu blog (juro que não estou tentando te convencer do contrário!) Beijos!

    Ah, minha primeira vez aqui. Vou te seguir!

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  4. Gostei do texto... É lógico, há também esses casos. Também acho que adolescentes, despreparadas e sem maturidade alguma não seriam boas mães, tenho certeza absoluta disso pois já vi muitos casos. E sobre mulheres que mesmo se pretegendo tiveram a tal surpresa (minha mãe foi uma delas, e eu estou aqui, rs!). Não mudo minha opinião, sou contra o aborto, mas sim, há muitas questões a serm avaliadas quando aboramos esse tema.

    beijos Ju!

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  5. Nesse caso de aborto eu não apoio. Apoio sim os casos de estupro e quando a criança nascerá sem cérebro, esses são mais sérios. Acho que legalizar o aborto no caso de gravidez precoce seria como uma porta para que a maioria achasse que depois da gravidez sempre há uma solução. Mas muitas abortam, mesmo tem a lei deixar. Enfim, é algo muito confuso, mas está aí minha opinião.

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