terça-feira, 25 de maio de 2010

Diga-me quem és, e não com quem andas

Diga-me com quem andas e te direi quem és. Já ouviu essa frase? Possivelmente, milhões de vezes. A primeira vez que você ouviu foi com a sua mãe: você estava falando sobre algum amigo que lhe trouxe problemas, ou alguma amizade considerada uma “má influência”. E então sua mãe falou isso. E tua única resposta foi: “Ai mãe, chega”. Então, um tempo depois, uma colega sua falou isso. Em algum momento esse assunto chegou, e ela quotou perfeitamente as palavras de sua mãe. A verdade é que são inúmeras as vezes que ouvimos alguém falando essas exatas palavras, e todos que já a ouviram alguma vez passaram a frase em diante. É, bem assim que o mundo funciona. Mas quantos desses que já disseram essa frase pararam para pensar sobre seu significado?

Eu realmente nunca havia refletido sobre isso. Como boa parte dos ditos populares, poucos se questionam sobre os mesmos. Pergunte para um grupo de pessoas se eles concordam com essa frase, e com certeza alguns não hesitarão antes de responder que sim. Não posso assinar embaixo.

Ok, vou dar um exemplo. Verídico, ainda por cima. Foi o que me fez questionar sobre a verdade (ou falta dela) por trás dessa frase.

Em 2009, mudei de colégio (mais uma vez). Era meu terceiro colégio, e eu sinceramente estava rezando para que tudo desse certo e não fossem necessárias mais mudanças (ou não, a verdade é que aquela adrenalina de colégio novo é tri boa). Só sei que, logo de cara, percebi que as pessoas de lá (em sua maioria, pense que também haviam algumas exceções) não tinham o meu perfil. Não mesmo. Minhas colegas ouviam as músicas que eu abominei minha vida inteira, usavam as roupas que eu nunca conseguiria usar e até se tratavam de uma forma completamente diferente da qual eu estava acostumada. Me senti um verdadeiro peixinho fora d’água. No começo, foi complicado. Foi difícil encontrar algo em comum com alguma delas. Acho que passei por algumas fases, e a primeira certamente foi a relutância. Não sei lhe dizer o que mudou para mim (provavelmente foi a idéia de que dar uma chance a elas não seria tão ruim), mas posso dizer que alguns meses depois tinha encontrado amigas. Completamente diferentes de mim, mas ainda assim amigas.

Agora, vamos aplicar aquela frase lá de cima. Diga-me com quem andas e te direi quem és? Então, seria simples presumir que eu adoro um pagode e roupa de suplex (?) só porque eu ando com meninas que fazem esse estilo. Quem me conhece, sabe que eu odeio pagode e tenho pavor dessas calças abomináveis.

Então talvez esse ditado não funcione tão bem assim. Você pode dizer que eu sou apenas uma exceção, e talvez eu seja mesmo. Mas o que eu aprendi foi que não devemos julgar as pessoas por quem elas andam com. Por mais que seja difícil. Caso contrário, precisaremos de uma margem de erro bem grande.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Show de... Julia?


Quando eu era criança, tinha um problema sério. Tão sério que alguns anos depois que problema já havia deixado de ser de fato um problema, cheguei a conversar com outras pessoas sobre isso, e para minha surpresa encontrei inúmeros indivíduos com a mesma paranóia que eu tinha. Bem, deixe-me explicar. Alguém já viu “O Show de Truman”? Nesse filme, Truman (um homem comum como você) descobre um dia que toda a sua vida não passa de um programa de televisão: seus amigos, sua família e todas as pessoas ao seu redor são atores contratados para criar... A vida de Truman. O show de Truman.

E esse era meu problema: eu acreditava piamente em ser protagonista de algum tipo de produção esquisita que escondia câmeras em minha casa e ditava cada palavra que os outros deveriam dizer. Realmente é um pensamento assustador para uma criança de seis anos. Hoje em dia (tendo perdido este medo) penso se não é uma característica extremamente narcisista e típica em crianças.

Digo narcisista de uma forma moderada e inocente, é obvio. Quando criança, nós não temos a mínima noção do mundo ao nosso redor. Sabemos que o Japão é muito longe e que o planeta é muito grande, mas só. Não vemos nada além de nosso próprio umbigo (o que nos levar a acreditar que somos protagonistas de uma produção megalomaníaca e afins). É claro que não estou criticando esse comportamento infantil, e seria boba se estivesse. São crianças. Mas é interessante conseguir entender como elas pensam, como eu um dia pensei. Desvendar o mistério por trás dos meus antigos sentimentos e vontades.

Nascemos e vivemos por um longo tempo acreditando em um mundo minúsculo. Apenas dando importância ao que podemos ver. Apenas dando importância a nós mesmos (vamos combinar que crianças são egocêntricas de uma forma muito inocente). Crescemos e começamos a tomar conhecimento do tamanho de nosso planeta, da quantidade de pessoas e de vidas que habitam aqui, junto de nós. É aí que os caminhos começam a se ramificar, e podemos ver os que têm ambição de fazer alguma diferença, deixar sua marca, e os que continuam olhando para o próprio umbigo (mas esse é um assunto extenso que eu deixo para outra hora).

Crescemos. Não encontramos câmeras escondidas na gaveta de meias ou dentro do pote de sucrilhos, e acabamos percebendo que talvez “O Show de Truman” não passe de um filme.

Só imagino como seria se continuássemos procurando pelas câmeras depois que a inocência infantil se foi. A única coisa que sei é que um termo muito superior à “narcisista” teria de ser inventado para descrever o lugar onde vivemos. Graças a deus crescemos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Games e afins



Cada vez mais podemos ver vídeo games se popularizando no mundo inteiro. Com o crescimento eminente desse mercado, podemos também observar a grande variedade de jogos que vem sido criados, em virtude de agradar a diferentes faixas etárias e gêneros. Porém, percebemos também que cada vez mais jogos violentos vem ganhando seu espaço em meio aos consumidores. A grande questão é: estariam os jogos violentos gerando violência?

As opiniões são diversas, e podemos observar os dois lados. Se por um lado somos induzidos a sermos violentos, por outro temos a capacidade do discernimento, do certo e do errado. "Acho besteira essa coisa de 'video-games fazem mal para você'. Eu gosto de jogos violentos, meus amigos também e nós nunca nos metemos em briga. O problema é que os casos de gente que saí dando tiro por aí por causa de jogos ganham sempre muito destaque, mas olha quanta gente sai dando tiro por aí, todos dia, sem razão alguma? É muito fácil culpar video-game." conta o estudante de história Antônio Melo, 19.

Nem todos pensam como Antônio. Talvez o problema seja a influência dos jogos violentos em diferentes faixas etárias. O jogo com certeza não é visto e interpretado da mesma forma por Antônio, de 19 anos, quanto por uma criança, que com certeza está muito mais sujeita a se deixar ser influenciada por jogos. “Acho que sim, mas em crianças maiores, a partir de uns seis anos. Até porque todo mundo quer ter sucesso, e no videogame o jogador tem sucesso com aquela agressividade, sem ser punido por toda a violência. Toda essa exposição à violência dificulta para a criança discernir o que é saudável do que não é, eles acabam perdendo a noção de até onde podem ir sem machucar o outro.” diz a psicóloga Susana Gladys.

Inúmeras pesquisas sobre esse tema já foram realizadas anteriormente, e com certeza muitas ainda virão a serem feitas. Enquanto houverem problemas, sejam eles quais forem, serão procurados bodes expiatórios. Quando falamos de violência, talvez os video games cumpram esse papel: com certeza nunca poderemos dizer que a culpa é inteiramente dos jogos, mas sempre haverão as pessoas influenciadas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Here we go again.

Uma coisa que sempre me incomodou muito foi esse conceito de falsidade que as pessoas tem. Um termo muito comum para designar ex-amigos, ex-namorados, ex-peguetes, ex qualquer coisa. Ou melhor: um termo para se referir simplesmente a aqueles que te desagradaram de alguma forma. Falso.

O que seria uma pessoa falsa? Depois de um pouquinho de pesquisa, cheguei a conclusão unanime: falsa é aquela pessoa que muitas vezes não exprime em suas atitudes sua real personalidade. Bom, é aí que eu começo a me incomodar. Logo aí, nesse conceito popular de falsidade. O meu problema é muito simples, e acho que qualquer um vai entender: essa coisa de ser falsa, de ser alguém que você não é, não existe! Ponto final. Principalmente se partirmos do princípio de que ninguém pode ser o que não é. Se não é, não é.

Não sei se consigo me expor com clareza, mas para mim é simples. Sabe aquela parte horrível da sua ex-melhor amiga, que te apunhalou pelas costas falando mal de ti, ou com qualquer outra ação que não corresponde a quem você achava que ela era? Pois é. Essa ação não mostra que ela é falsa. Para mim, é só mais um traço de sua personalidade, uma parte não tão boa da menina.

Ninguém é perfeito, e todo mundo sabe disso. Porém, parece que todos estamos lutando contra a aceitação desse fato. Ela não é falsa; ela só não é perfeita.