domingo, 28 de fevereiro de 2010

Medo

Sempre fui uma pessoa muito medrosa. Do tipo que grita e até chora em filme de terror. Nunca entrei em tuneis do terror, odeio quando me dão sustos e começo a pular de nervoso quando estou com medo de alguma coisa. Mas quando eu era criança, meus medos consistiam basicamente em três coisas: escuro, vampiros e fogão.

Escuro. Se você não conhece nenhuma criança que tem medo de escuro, provavelmente convive muito pouco com crianças. Elas tem medo do racional e do irracional. Com certeza pode haver um fantasma, ou até o bicho papão. Do mesmo modo que um ladrão pode estar a espreita a partir do momento em que você apaga a luz. Acho que o medo do escuro é plausível: por mais que nada aconteça (e a chance de algo acontecer seja mínima), não conseguimos ver. O que, pelo menos para mim, é suficiente para dar medo.

Vampiros. Sempre tive pesadelos com eles. Era horrível, e o pior: com uma frequência alarmante. Mas sempre amei eles. Sua história me fascinava. Então, de dia eu lia livros e assistia filmes sobre eles com o maior prazer. De noite, lutava para deixá-los fora de minha mente. Um dia, acredito que tinha uns 9 anos, comecei a ler uma série de livros chamada "O Pequeno Vampiro". Me apaixonei. Ler aquela coleção era como viajar para outro mundo. Na minha mente infantil, eu era muito corajosa por ler aqueles livros. Porém, os sonhos continuavam. E essa é uma história engraçada, pois exatamente no dia que terminei o último livro da coleção, tive meu último pesadelo com vampiros.

Fogão. Infelizmente, tenho de culpar minha pobre mãe nesse ponto. Eu era pequena, e como qualquer criança, adorava brincar com tudo que aparecia na minha frente. Mamãe, receosa, me ensinou que eu não deveria brincar com o fogão, porque era perigoso. Mas eu não entendia como um fogão poderia ser perigoso! Afinal, todos os adultos brincavam nele. Então ela me explicou: se eu brincasse errado, poderia sair muito gás, o que poderia levar à um incêndio ou pior, uma explosão. Passei uns 10 anos com medo de que meu fogão explodisse.

Então. Agora tenho 14 anos. Não sou mais uma criança, mas posso dizer que nem tudo mudou. O escuro ainda me passa uma forte sensação de insegurança. Os vampiros, felizmente, consegui superar naquele episódio do Pequeno Vampiro. Já o fogão... melhor nem comentar.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Amor e Amor

" - Eu te amo.
- Ama mesmo, Rafael?
- Claro que amo!
- Mas nós nos conhecemos a uma semana!
- Escute... O tempo que passamos juntos, cada beijo, cada momento, foi muito especial para mim, Paloma.
- Uma semana, Rafael. É pouco tempo."


Essa história nunca aconteceu. Do mesmo modo que já aconteceu milhares de vezes.

Você ama sua família. Ama seus amigos. Ama seu namorado, ama seus colegas, ama seus vizinhos. Sua casa, seu cachorro, papagaio e tartaruga. Ama as pessoas que te rodeiam. Mas ama de formas completamente diferentes. Nem por isso deixa de ser amor. Hoje em dia, canso de ouvir pessoas reclamando: "Todo mundo diz 'eu te amo'. Eu te amo não é bom dia!". Eles estão certos. O "eu te amo" se popularizou. O "eu te amo" é jogado da boca para fora; ou não. O eu te amo pode ser verdadeiro, mas não da forma que você pensa.

Confuso? Ok, vamos retroceder um pouco. Pense... EU TE AMO. Pare. Reflita. O que vem a sua mente? Aposto que você pensou em um casal. Porque, quando pensamos em amor, pensamos nisso. Casais, namorados, marido e mulher. Desse jeito, acabamos menosprezando todos os outros pequenos círculos de amor, todas as outras formas de amor. Amor, aquele que o casal sente, parece demais para amigos. Mas não é do mesmo amor que estamos falando. Talvez aquele colega que diz "eu te amo" para você, realmente te ame. Talvez não. Mas talvez ele ame. Não da forma forte de um casal, mas de sua própria maneira.

Agora volte a pensar na história de Rafael e Paloma. Sabe qual o problema que ocorre ali? Paloma quer um momento especial. Quer que um dia, ao olhar para ela, ele perceba que a ama. Nesse momento, ele dirá "Eu te amo". Ela vai acreditar. Paloma não se importaria se tivesse de esperar meses até ter essa declaração. Porque o que ela quer, é verdadeiro. O problema é que Rafael desconhece esse amor. Ele a ama da forma que já amou muitas outras. E quando ele perceber, ou começar a amá-la da forma desejada, vai ser tarde demais. As palavras já não terão efeito algum sobre ela.

O amor de Rafael é válido, como qualquer amor é. Ele só não percebeu a diferença sutil, a linha tênue entre amor e amor. Ele ainda não notou que amor pode ser diferente.

Então. Rafaéis do mundo, venham aqui por um instante que tenho um pedido a lhes fazer. Parem um pouco e pensem sobre o seu amor. É suficiente.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Welcome to the Jungle

Ao entrar na escola, era fácil perceber a animação contida que rolava por ali. Ninguém estava satisfeito porque as férias haviam terminado, mas primeiro dia de aula é assim mesmo. Nos dirigimos ao salão, onde sempre vamos no início do ano letivo. Ao subir as escadas que levavam até lá, era fácil distinguir o comportamento de cada um. Aqueles sem mochila, jurando que no primeiro dia de aula não haveria nada importante. Os super animados, gesticulando enquanto conversavam com os amigos que não viam a certo tempo. Os convencidos, que se julgam melhores do que você e ocasionam muitas pessoas se chocando contra as outras no caminho (até parece que eles irão dar um passo ao lado para dar espaço a outra pessoa). E eu caminhava com minha amiga, me sentindo despreparada e, é claro, morrendo de sono. Bem vindos de volta a escola. O que passou por minha cabeça foi "Welcome to the jungle".

Todos reunidos, ninguém cala a boca, os novos professores são apresentados, os velhos professores também... Vocês sabem. Começa o discurso de sempre: "Hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas", "Estamos aqui para ajudar vocês à construir o seu futuro", "Onde você se imagina em 10 anos?", e tudo aquilo. Depois de uma eternidade de conversas, apresentações informais, matação de saudade e avisos dados, nos dirigimos a nossas salas.

Os alunos novos sozinhos, nos cantos da sala, tentando achar alguém compreensivo para sentar com eles. Você vê eles te olhando, te avaliando, pensando: "será que essa vai ser minha melhor amiga pro resto da minha vida?", ao mesmo tempo que sofrem 30 vezes mais avaliações. Os que pareceram suficientemente bem entrosados, são acolhidos, e os outros deixados de lado.

Professor entra, professor sai. Alguns se "contentam" em falar sobre sua vida, onde fez a faculdade, pós graduação, mestrado, se é casado, tem filhos... Alguns mantém sua pose rígida. Quase todos fazem piadinhas irônicas em algum momento. Alguns deles passam um dever de casa, só para mostrar que as férias, de fato, acabaram.

Recreio. Bar lotado, 15 minutos só para conseguir algo para comer. Todos reclamam da inflação que houve durante as férias naquele lugar, "Onde já se viu um cachorro quente por esse preço?". Hora de reclamar dos professores, das aulas, e de tudo que é possivel, só para não perder o hábito. Logo o recreio acabou sem você nem sequer perceber.

Após o recreio, a postura da turma mudou. Agora são poucos os alunos novos que continuam sozinhos (e tenho certeza que esses também farão amigos rapidamente). Olho ao meu redor para ver o que está diferente. Pois é, parece que nada está diferente. As piriguetes novas se juntaram com as piriguetes velhas, como já estava previsto nas estelas.

É, parece que tudo voltou ao normal.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Quem quer um amigo gay?

Atualmente, existem muitas pessoas participando de protestos do tipo "Somos todos iguais", campanhas que dizem NÃO ao preconceito homossexual, tentando mostrar que, de fato, somos todos seres humanos. Ninguém vale mais que ninguém, ninguém é melhor que ninguém. Somos todos iguais. Para mim é espantoso ver que, as mesmas pessoas que se empenham tanto em acabar com o preconceito homossexual, em passar essa ideia de igualdade, muitas vezes são as que parecem não ter a menor idéia de que todos somos iguais.

Ok, deixe-me explicar. Hoje eu estava em uma comunidade no orkut, com um tópico que dizia: "Gays, venham aqui." Entrei no tópico, pensando que seria mais um ataque do tipo "Deus não queria que vocês fossem assim e um dia vocês irão arder nas chamas do inferno", como eu já vi milhares de vezes, mas não. A garota criadora do tópico dizia que queria muito ter um amigo gay, então estava a procura de um. Ao contrário do que eu pensava, todos no tópico (que tinha VÁÁÁÁRIAS postagens) diziam que também queriam e etc.

Agora eu me pergunto. Essa menina com certeza não é preconceituosa. Deixou isso claro. Mas ela está longe de acreditar no que prega, por assim dizer. Se todos são iguais, como tratar alguém assim tão diferente? Ela queria um amigo gay. Não importa quem. Afinal, ele é gay. Quanta igualdade há nisso?

Ninguém lá se importava com a personalidade do rapaz. Se é gay, tá beleza. Só sei que se eu fosse homem e gay, me sentiria mal por esse tópico.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma agulha no palheiro

Aborto. Tenho certeza que vou contra a maioria quando digo que sim, sou completamente a favor.

Eu tenho plena consciência dos diversos meios anticoncepcionais. E concordo que sim, cada casal deve ser responsável pela própria segurança e saber dos riscos que corre ao não seguir nenhum dos métodos possíveis. Sempre que esse assunto vem a tona, eu penso na mesma situação, e gostaria que vocês pensassem comigo.

Eu sei que a chance de isso acontecer não é muito grande, mas com certeza todos vocês já ouviram histórias de mulheres que engravidaram mesmo tendo usado métodos anticoncepcionais. Eu penso nessas pessoas, que fizeram como deveriam, que sabiam quais seriam as consequências caso não o fizessem. E, por algum acaso do destino, acabaram grávidas. Eu penso nessas pessoas, que não queriam que as coisas fossem desse jeito. Eu penso na infelicidade delas. Eu penso no peso, e não na felicidade que deveria ser para elas. O peso de cuidar de uma criança. O peso de ter de pensar por duas vidas, e não só a sua.

Acredito também que uma mãe adolescente nunca seria uma boa mãe. Por não ter maturidade o suficiente, por não ter um corpo preparado para isso, por ser a hora errada. Eu sei que talvez seja egoísmo, que talvez seja errado. Mas essa mãe não vai dar a melhor vida para sua criança. Não vai ter e nem dar a melhor vida.

Eu sei que cada caso é diferente. E que os meus argumentos não são válidos para a aprovação do aborto. Eu sei que eu mostrei um caso que representa uma porcentagem minúscula. Eu sei que nunca vou conseguir provar meu ponto de vista. Eu sei que minha opinião é uma agulha no palheiro. Mas não posso deixar de me expressar.

Eu penso em mães com uma vida estável. Mães saudáveis, preparadas. É assim que eu penso na maternidade.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Prefiro Harry Potter.

"Você tem mais uma chance." Ele disse, enquanto revirava alguns papéis em suas mãos.
"Mais uma chance?!" Eu indaguei, pensando que depois de morto você estava apenas, erm, morto. Sem segundas chances.
"Sim. Alguém acha que você merece."
"Isso quer dizer que eu vou... voltar?"
"Sim. Em outro corpo."
"Wow" Eu disse, enquanto pensava. "Ok, eu aceito. Mas antes disso eu quero descobrir todos aqueles mistérios celestiais, o que veio primeiro, o ovo ou a galinha... Você sabe, esse tipo de coisa."
Ele me olhou com uma cara insatisfeita diante da ironia.
"Há apenas um corpo disponível. Acredito que você vá gostar."
Me animei um pouco. Pelo menos isso.
"Ok, pode mandar!"
"O nome dela é... Bella. Bella Swan."
O terror invadiu meu rosto.
"NÃO! COMO ASSIM? EU TENHO UMA CHANCE PARA VIVER DE NOVO E VOCÊ ME MANDA PARA A BELLA?"
"Erm... Sim. Pensei que você fosse gostar."
"Não podia ser pelo menos, sei la, o Harry Potter?"
Ele me olhou com cara de desdém "Harry Potter é só um personagem ficcional."
"Erm... a Bella não é?"
Ele pensou por alguns instantes. "Ok, está na hora de ir." É, ele não ia me responder.

Acordei me sentindo levemente tonta. Olhei para os lados afim de me localizar, mas nada. Tinha uma leve lembrança... Não. Deve ter sido um sonho.
"Bom dia, Bella"
Edward Cullen. "WAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!!!!!!!!!" Eu gritei.
Ele pareceu preocupado e se precipitou para me ajudar, mas eu o impedi.
"Edward?"
"Bella..." Ele parecia hesitante.
Alguns segundos se passaram, ninguém sabia o que falar. Eu não queria essa vida, mas meu deus, eu estava na frente de Edward Cullen: O VERDADEIRO! Já havia sonhado em me encontrar com Robert Pattinson, mas estava com o vampiro. Respirei fundo. Os sentimentos de Bella me inundaram, e eu senti paixão, torpor. Queria ficar com Edward para sempre. Queria me tornar uma vampira.
Ok, talvez eu devesse dizer algo agora. O que dizer? Oh, isso parece tão complicado! Mais alguns segundos em silêncio. Ele estava mais hesitante do que nunca. Contemplei sua face. Meu rosto se iluminou.
"EDWAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARD EU TE AMOOOOOOOOOO! EU JURO QUE LI TODOS OS LIVROS, E SEMPRE ESTIVE DO SEU LADO! AQUELE JACOB É UM FEDORENTO MESMO, EU NUNCA QUIS FICAR COM ELE! TE JUUUUUUURO! EU QUERO MUITO VIRAR UMA VAMPIRA, APOSTO QUE VOU FICAR MAIS BONITA ATÉ QUE A ROSALIE! E EU VOU TER PODERES, É SÉRIO! VAI SER TIPO UMA BOLHA PROTETORA! AAAAAAAAAAH E NÓS VAMOS TER UMA FILHA CHAMADA RENESMEE, E..."
Ele me olhou, extremamente assustado.

É, ok. Talvez eu não tenha recebido o melhor corpo para voltar à terra.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um pouco sobre discriminação

Era uma terça-feira, uma das últimas de minhas férias. Estava no shopping com minha mãe e minha avó, que queria me dar um presente. Eu procurava por uma peça de roupa específica, que não havia encontrado em loja nenhuma. Então decidi entrar na Animale (para quem não conhece, é uma marca com roupas mais sofisticadas, conhecida por ter preços mais, digamos, salgados) e ver se conseguia lá o que não havia conseguido no resto do shopping.

Entramos na loja. Estava vazia, exceto por uma mulher no caixa, pagando. Atrás do caixa, umas cinco atendentes da loja, conversando. Ao lado delas, a gerente. Enquanto esperava para ser atendida, dei uma olhada nas roupas. Eu esperei, mas o atendimento não chegou. Eu estava sendo obviamente ignorada por todas as atendentes e a gerente da loja. Agora eu pergunto para vocês: por que? O que justifica esse comportamento? Bem, a resposta é muito simples. Nós não tinhamos cara de quem tem dinheiro para comprar lá. Isso sinceramente me ofendeu, e muito. Não era mais uma questão de conseguir a tal saia que eu queria. Era uma questão de respeito.

Quero dizer, talvez eu não me vista como uma perua. Talvez não use maquiagem suficiente, roupas chiques o suficiente. Não sei. Mas isso com certeza não justifica o comportamento de deixar de dar atendimento a um cliente em potencial (sim, eu era uma cliente em potencial, pois minha avó teria dinheiro para comprar a saia) simplesmente por sua aparência.

Discriminação. Simples, e na frente de todo mundo. O pior é que eu tenho certeza de uma coisa: as atendentes foram instruídas a agir assim. A selecionar quem irão atender.

Saí da loja e fui gastar meu dinheiro em algum lugar que recebesse um pouco de respeito.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Duas promoções vindas diretamente dos deuses

Oi gente :) Hoje meu objetivo é muito simples: divulgar as melhores promoções ever!

O blog Lost In Chick-Lit está fazendo duas promoções de morrer pra todos que estão entediados ou só querem ler um bom livro. Bom, não importa os seus motivos, o que não se pode negar é que os livros são ótimos e a promoção é bárbara (como diria minha mãe)!





O primeiro livro que você pode ganhar é "O Vendedor de Armas", de Hugh Laurie (para os alienados ou apenas esquecidos, o ator de House).

"Thomas Lang recebe uma proposta: matar um empresário americano por 100 mil dólares. Ao invés de aceitar a proposta, ele resolve avisar a vítima do perigo que ela corre. Apesar de sua boa vontade, o ato de Thomas não passará despercebido, e ele terá de lutar para sobreviver."





O segundo livro é "Tem alguém aí?!", de Marian Keyes. Não sei se vocês já leram algum livro dela, mas é uma das melhores autoras de Chick Lit com certeza.

"Anna Walsh tem o melhor emprego do mundo. Ela é relações públicas de Candy Grrrl, uma empresa de cosméticos conhecida mundialmente. Vive ganhando produtos que milhares de meninas matariam para ganhar (especialmente de graça). Porém, ela sofre um acidente de carro e é obrigada a sair de NY e voltar para Dublin, sua cidade natal. Ao voltar, ela não consegue nenhum tipo de contato com Aidan, seu marido. O que aconteceu com ele?"

Obviamente, os dois livros são muito diferentes, mas tenho certeza de que são também ótimas leituras. Fica a dica para quem quiser um livro para se ocupar :)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

What would it be without you?

Todo mundo tem um motivo (e se não tem inventa) para escrever. Eu acredito que meus motivos sejam bem claros: escrevo porque preciso. Só dá aquela vontade inexplicável de escrever, e é isso. Então eu escrevo. Meu outro motivo, muito mais simples do que o primeiro, é que eu escrevo porque gosto. Porque isso se tornou um prazer para mim.

Eu sou o tipo de pessoa que gosta de dar sua opinião. Sobre tudo e qualquer coisa. O problema é que as vezes as pessoas não querem ouvir. Ou não se importam. E eu também não vou obrigá-las a ouvir algo que não as interessa. Então podemos dizer que esse blog não é nada mais nada menos do que a minha válvula de escape. Aqui, eu posso dar a minha opinião quando eu quiser, e quem quiser ouvir (nesse caso ler), pode fazer isso à vontade.

Tem gente que diz que escreve mas não quer ser reconhecido. Eu não acredito. Talvez eles pensem assim, mas no momento que seu blog se popularize, bom, obviamente eles vão gostar. Em todas as coisas que eu já fiz, patinação, teatro, música - ninguém quer ser ruim no que fez. Eu quero que as pessoas me leiam e gostem. Eu quero que elas leiam querendo mais. Eu quero, sim, ser reconhecida pelo que faço. Para mim, cada seguidor a mais é uma alegria. Pode parecer bobo, sim, mas eu me sinto reconhecida. Eu sinto o melhor. Sinto que meu trabalho, minha paixão, deu algum resultado.

Então, para finalizar. Talvez agora você me ache uma pessoa egocêntrica, exibida, chame-como-quiser. Leia de novo e perceba que não sou. Eu queria agradecer genuinamente para todos que já leram ao meu blog, que já deixaram um comentário estimulante ou uma crítica.

Sem isso eu não teria chegado onde estou, e sei que com isso eu ainda posso ir mais longe.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Resenha Crítica: Tópicos Especiais em Física das Calamidades



Ok, admito que só comprei o livro porque a grana tava curta e ele tava nos descontos: de R$ 59,90 por R$14,90. Uma pechincha. Apesar do nome ridiculamente estranho, e que com certeza fez muita gente não comprar o livro, gostei da sinopse. Levei pra casa.

Esse é o primeiro romance de Marisha Pessl. Ela levou 3 anos para escrevê-lo, e o livro foi lançado em 2006, tornando-se um best seller do The New York Times (mesmo que você nunca tenha ouvido falar do livro) e sendo traduzido em 3 línguas.

Blue Van Meer perdeu a mãe ainda quando criança. Desde então, ela e seu pai, Gareth (que é professor universitário) viajam de cidade em cidade, sem parar por mais de 3 meses. Eles ficam sempre em lugares em que ele possa dar aula, e ela completar seus estudos. Porém, quando Blue vai para seu último ano escolar, eles decidem ficar um ano inteiro na mesma cidade. Lá, a menina é convidada para integrar um grupo do qual participam gênios excêntricos de sua escola, e que a líder é Hannah Schneider, a professora de cinema. Ao decorrer do livro, restam alguns mistérios para Blue solucionar, como o assassinato (ou suicídio) de uma das pessoas do grupo.

Ok, minha opinião agora: é um bom livro. É uma leitura interessante, e com certeza não é parecida com qualquer outro livro que você já tenha lido. Mas eu, particularmente, tive sérios problemas. Por exemplo, no fim do livro tinha a impressão de ter mais perguntas do que respostas (pra quem assiste Lost, sabe como é a sensação). Convido todos a lerem o livro e tentarem entender os mistérios não resolvidos. Quem conseguir ganha uma bala.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Três casos

O cabelo dela ia até a cintura. Magra, quase esquelética. Alta. Ela gostava de passar o dia brincando com jogos. Quando perguntavam porque ela nunca tinha beijado, ela dizia: porque não tenho vontade. O quarto dela era cheio dos jogos que ela gostava, talvez tivesse até alguns dos ursos de pelúcia dos quais ela nunca conseguiu se separar.

O cabelo dele também era comprido. Para um menino, pelo menos. Até os ombros, talvez. Cheio de nós. Ele não era esquelético, bem pelo contrario. Um dos motivos para as pessoas "tirarem" com ele era seu peso. Ele gostava de passar o recreio lendo, no canteiro da escola. Rolavam boatos que ele cantava ópera.

A outra, não era gorda. Talvez tivesse tido uma fase mais cheinha, mas gorda não era. Seu quarto era rosa, e tinha vários corações espalhados pelos móveis. Gostava de Disney e essas coisas. Vestia as roupas que queria.

Três pessoas. Não são iguais, mas porque seriam diferentes? Três pessoas que poderiam olhar para você e falar muito bem sobre o bullying. Três vítimas.

A primeira, vejam bem, não tinha absolutamente nada de errado. Ninguém sabe porque ela nunca saiu da escola, pois teria inúmeros motivos. Era intimidada constantemente por colegas. Colegas que aprontavam, por sinal. Parece que esses colegas não tinham a mínima noção do mal que faziam a ela. Ou pior: sabiam o que faziam, mas nunca se envergonharam disso. Sabe, eu admiro ela. Por sua postura. Seus pais vivem desesperados para livrá-la do bullying. Ela tem uma postura meio "foda-se". Decidiu viver do seu jeito, e se os outros não gostam, o problema é deles. O único porém, é que eles fizeram disso o problema dela também.

O menino não tinha mãe. Era, sim, uma pessoa completamente diferente dos outros de sua idade, por seus gostos. Já havia estudado em quase todas as escolas de sua cidade, tentando fugir do mal que, poderia se dizer, o perseguia. Nunca conseguiu. Faz algum tempo que ele está fixo em sua escola, e o bullying não passou. A diferença é que ele encontrou um amigo.

A terceira foi vítima de bullying, sim. Não tem como negar. Quem nunca sofreu bullying, afinal? Mas então, pararam. Ninguém sabe o que mudou, mas os apelidos maldosos nunca mais foram ouvidos. Mas ela continua sendo "a coitadinha". Porque? Simplesmente porque ela gosta dessa posição. A posição de vítima. Ela tornou seu estado permanente, deixou pessoas compadecidas, e depois com nojo. Uma vez ela chegou a admitir que o que ela queria era chamar atenção.

Três casos que começaram de formas diferentes e tiveram todo seu desenvolvimento diferente. Essas pessoas vivem de formas diferentes. Reagiram de formas diferentes ao bullying. Mas lutaram. Então, não quero cair na mesmice ao falar isso. Não queria ser a pessoa que vai repetir o que você já ouviu um milhão de vezes. Mas vou. Porque enquanto as pessoas não mudarem, ainda haverá motivos para falarem.

Chega de bullying.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Então. Tenho meus vícios, minhas manias. Já aviso que sou irônica, e até demais; acho que acabou se tornando algo meio incontrolável. Mas me divirto com isso, então ta de boa. Me irrito fácil com quem não merece, e sou sincera até demais. Tem gente que adora, tem gente que odeia. Fazer o que? Não vou deixar de falar o que quero por causa disso. Sou a maior das cantoras de chuveiro. Tive ódio mortal de piriguetes por um longo tempo, e a convivência com elas não mudou em nada minha opinião. Até que uma piriguete em especial me convenceu de que elas tem, de fato, coração. Amei muito, chorei muito. Muitas vezes a dor foi inevitável, mas meu sofrimento opcional. Nunca soube guardar segredos, até que um segredo grande de uma pessoa importante chegou até mim e eu nunca mais abri a boca. Confesso que adoooooro uma fofoca. Não sou corajosa; choro e grito em filme de terror. Já procurei por um Edward, até que cheguei a conclusão que Twilight não valia tanto assim. Adoro o Tim Burton, mas abomino a Johanna de Sweeney Todd. Sou chata, egocêntrica e egoísta, mas acredito estar melhorando. E essa é a Julia que tu quer tanto conhecer... ou nao.

Resenha Crítica: Os 13 Porques


Quem me recomendou esse livro foi uma amiga, junto com o aviso: "Vai te deixar deprimida."

O autor, Jay Asher, teve sua inspiração enquanto visitava um museu no qual recebeu uma fita cassete. Ele se dirigia à obra de arte desejada, clicava no play e a obra era explicada.

No livro, Hannah não aguentava mais sua vida. Se suicidou. Porém, deixou um presentinho para um grupo seleto de pessoas. O presente? As 13 fitas cassete explicando porque havia se matado. Os presenteados? As 13 pessoas que a levaram a se matar. O livro é narrado por Clay, que nunca havia feito nada de errado à Hannah além de amá-la, portanto não consegue entender qual seu envolvimento nessa história. Nessas fitas, alguns segredos que todos juravam que nunca passariam disso: segredos, são revelados. Chegou a hora de Clay descobrir até que ponto ele está envolvido nessa história.

Eu, pessoalmente, amei o livro. Por sua capa, o máximo que você presume é que o livro conta uma história boba adolescente. Mas não. O livro te deixa preso (me senti obrigada a ler em apenas uma noite) e retrata muito bem a depressão adolescente e muitas coisas que acontecem nessa fase. Um livro inteligente que te deixa refletindo e querendo mais.