segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Making momma so proud.


Ultimamente tenho escutado muitas pessoas falando sobre as crianças e seu desejo cada vez maior de crescer. Parece que elas não tem conseguido aproveitar a fase da vida pela qual passam, querendo sempre estar um passo a frente, aparentando mais do que elas de fato são. Realmente, concordo com o fato de que cada vez mais essa tendência vem crescendo, mas não tenho tanta certeza em relação aos que dizem que isso seria errado.

O maior argumento dado pelos que são contra essa pressa é que as crianças estão perdendo um período de sua vida que nunca poderão viver novamente, e que, se não bem aproveitado, pode trazer problemas no futuro. Não sei, para mim isso sempre pareceu algo natural. Talvez brincar de gente grande não devesse ser algo levado de uma forma tão séria, e sim interpretado com a mesma conotação que as crianças dão à brincadeira.

Eu, quando criança, sonhava em ser adolescente. Queria ter namorados, queria me maquiar, usar roupas lindas, pintar as unhas... Nenhum desses fatores é algo que uma criança faz com naturalidade, certo? É exatamente esse o meu ponto. As crianças sonham com o momento em que se tornarão "grandes" e, certo, brincam de ser adultos. Que mal faz a criança pintar suas unhas com esmaltes infantis ou se arrumar com as maquiagens da mãe de vez em quando? Isso se torna uma atividade divertida, que faz com que as elas aproveitem sim o momento no qual vivem (ou você já viu alguém maquiado da mesma forma que uma criança brinca de se maquiar?) sonhando com o que serão um dia. Claro, sem exageros.

Enquanto as crianças puderem se divertir dessa forma, aproveitando o presente se divertindo com o futuro, dou meu apoio. E, pais preocupados, por favor deixem essa paranóia de lado: o que seu filho faz é exatamente o que você fazia muitos anos atrás.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Política.

Eleições. De vez em quando, a galera tem a chance de fazer algo pelo país, tentando mudar as diversas insatisfações apresentadas por... bem, todo mundo. Não lembro de ter ouvido muita gente comentar sobre como a política no Brasil é ótima. Então, de quatro em quatro anos (se não contarmos as eleições para prefeito), é nos dada a oportunidade de exercer a mudança que cobramos.

Claro, sempre há o comentário "Mas pra quê? Só tem candidato corrupto mesmo..." e a imensa gama de variações que integra esse grupo. Não vou dizer que sou a pessoa mais interessada ou expert em política, porque realmente não sou. Acho que esse foi o primeiro ano em que as eleições significaram algo pra mim e eu tive algum interesse por elas, mas notei tanta coisa que me deixou tão perdida...

Todos procuram o progresso do país (ordem e progresso, não era essa a fala?), só que nessa busca, esquecem de levar consigo a seriedade. Acabam por votar em determinada pessoa porque ela tem um dedo a menos ou parece o Tiririca (mais do que seria agradável). E aí eu me pergunto, qual será nosso futuro? Como li esses dias, "o Brasil perde o país, mas não perde a piada". Triste realidade, talvez? Realmente acredito em pessoas sérias, que pesquisam e se interessam por isso, votando com seriedade em quem realmente acreditam que poderá oferecer o melhor futuro possível para todos nós.

Talvez, o que realmente esteja perdendo o Brasil, seja essa parcela que simplesmente não se importa. Ou que prefere não perder a piada.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Falso Patriotismo


Copa do Mundo. Não sei como funciona em outros países, mas se você mora no Brasil, é impossível viver sem ter sua rotina alterada por causa dela. Escolas modificam o horário das aulas, pessoas deixam de trabalhar e até consultas médicas são desmarcadas por causa dos jogos (falo por experiência própria). Nessa semana, só ouvimos falar sobre a expulsão do Kaká, a eliminação da Itália e as famosas vuvuzelas.

É claro que alguns não conseguem se conformar com toda essa alteração de rotina simplesmente por um jogo de futebol. É aí que começam a falar "brasileiro só vira patriota em época de Copa do Mundo". E metade da nação (aquela mesma nação que adora não ter aula para assistir aos jogos) concorda. Sinto muito, mas não posso dizer o mesmo. Não vou usar aquele antigo argumento do "futebol é a única coisa que o Brasil sabe fazer", porque também não acredito nisso. Ok, talvez paralisar o país inteiro por causa de uma partida de futebol seja algo desnecessário. Um certo exagero. Mas isso não quer dizer nada.

Concordo com o fato de que brasileiros não são patriotas. Onde eu moro é fácil ouvir pessoas dizendo que tem orgulho de serem gaúchas, porém é uma extrema raridade ouvir alguém comentando que tem orgulho de ser brasileiro. Por algum motivo, nosso país foi sendo desvirtuado por seus próprios habitantes, e no fim, ser brasileiro "não vale nada". Difícil será me convencer de que brasileiros viram patriotas apenas pela Copa do Mundo.

Pois os brasileiros que nunca foram patriotas nao viram patriotas nessa época. No dicionário, patriota: "Pessoa que ama a sua pátria e procura servi-la". Não vejo disso na Copa. O que eu vejo são milhares de pessoas torcendo por seu país, vibrando por vitórias, chorando por derrotas. Pessoas que se importam em fazer bem o que sabem que tem capacidade de fazer. Se eu fosse perder um centavo por todos os carros com bandeirinhas do Brasil que já vi esse ano, estaria pobre. Mas para que essas pessoas torcem? Para o time.

Simples assim. Toda essa torcida é para um time. E ao meu ver, isso nao é patriotismo. No momento em que os brasileiros em geral souberem cantar o hino, poderemos chamá-los de patriotas. No momento em que as pessoas começarem a se importar com a política do país, poderemos chamá-las de patriotas. Posso listar mais milhares de exemplos sobre que características tornam uma pessoa patriota, e futebol nunca será uma delas. Saber a escalação do Brasil no próximo jogo não torna ninguém patriota, e sim fanático.

Então, por favor, parem de reclamar sobre esse falso patriotismo inexistente. Antes disso, pensem um pouco sobre o que vocês querem para seu país. Decorem o dia da independência do Brasil, e depois venham me falar sobre patriotismo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A real sobre contos de fadas.


Com o dia dos namorados se aproximando cada vez mais, olho ao meu redor para ver o cenário caótico e depressivo que está sendo construído. Quero dizer, o dia 12 de junho traz muita felicidade para todos que irão passá-lo com seu amor (por motivos muito claros). Só não consigo entender o outro lado do dia dos namorados: o lado depressivo e melancólico que parece abater cerca de 80% dos indivíduos do sexo feminino (nesse caso, as desacompanhadas).

Juro que não entendo. Qual é o grande problema em estar sozinha, afinal? Qual a dificuldade em passar o dia dos namorados como qualquer outro dia normal, vivendo como você viveu até agora? Claro, esse dia é um lembrete gigante que diz: VOCÊ ESTÁ SOZINHA. E daí?

Meu objetivo não é escrever um texto de auto-ajuda dizendo que, mesmo estando solteira, você é linda, maravilhosa e um dia vai encontrar seu príncipe encantado. Primeiro, porque se você fosse linda, de fato teria um namorado (brincadeirinha pessoal, brincadeirinha...). Bem, brincadeirinhas à parte, voltamos para o assunto... Primeiro, eu sou uma das pessoas que nunca poderá te dizer o quanto você é linda e maravilhosa porque eu simplesmente não te conheço, e não estou em um humor adequado para ficar puxando o saco de qualquer um sensível o suficiente para ficar abalado pelo dia dos namorados. Segundo, porque eu tenho certeza de que se você fica deprimida por passar esse dia sozinha, o seu objetivo é um príncipe que venha a cavalo e seja o homem mais fofo, lindo, sexy, inteligente, respeitoso, engraçado e másculo do universo. Ou seja, você procura um homem perfeito. E um desses, vai ser difícil de encontrar.

Não quero que você me ache cética por não acreditar em príncipes (sou cética por outros motivos), porque, uma grande verdade sobre a minha pessoa, é que eu acredito sim em príncipes. Só não com esse nome, porque aí tudo fica meio old fashion demais para o meu gosto. As meninas que procuram por príncipes já criaram em suas mentes um perfeito estereótipo do que querem, tanto física quanto psicologicamente. E é aí que complica; pois o que procuram é um ideal de perfeição que não será alcançado por elas.

Agora que você me pergunta: mas você não disse que acredita em príncipes? Sim, acredito. Mas não os que seguem ideais de beleza e se comportam exatamente do jeito que suas princesas desejam. Você só encontrará seu príncipe quando largar o estereótipo criado em sua cabeça. Aí sim você o encontrará: talvez não tão bonito quanto você queria, e nem tão perfeito como em seus sonhos. Mas é seu. E o importante mesmo é o amor que une vocês dois. Você não vai encontrar um homem perfeito, mas poderá encontrar o homem perfeito para você, com todos os defeitos que você nunca desejou, porém aprendeu a conviver com. Afinal, defeitos não nos faltam, da mesma forma que amor não faltará...

Não queria que esse texto se tornasse meloso e clichê como se tornou. Mas espero que tenha feito você repensar sua obsessão pelo dia 12 de junho, e parar de procurar incansavelmente por seu príncipe vindo a cavalo. De qualquer jeito...

Feliz dia dos namorados.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Diga-me quem és, e não com quem andas

Diga-me com quem andas e te direi quem és. Já ouviu essa frase? Possivelmente, milhões de vezes. A primeira vez que você ouviu foi com a sua mãe: você estava falando sobre algum amigo que lhe trouxe problemas, ou alguma amizade considerada uma “má influência”. E então sua mãe falou isso. E tua única resposta foi: “Ai mãe, chega”. Então, um tempo depois, uma colega sua falou isso. Em algum momento esse assunto chegou, e ela quotou perfeitamente as palavras de sua mãe. A verdade é que são inúmeras as vezes que ouvimos alguém falando essas exatas palavras, e todos que já a ouviram alguma vez passaram a frase em diante. É, bem assim que o mundo funciona. Mas quantos desses que já disseram essa frase pararam para pensar sobre seu significado?

Eu realmente nunca havia refletido sobre isso. Como boa parte dos ditos populares, poucos se questionam sobre os mesmos. Pergunte para um grupo de pessoas se eles concordam com essa frase, e com certeza alguns não hesitarão antes de responder que sim. Não posso assinar embaixo.

Ok, vou dar um exemplo. Verídico, ainda por cima. Foi o que me fez questionar sobre a verdade (ou falta dela) por trás dessa frase.

Em 2009, mudei de colégio (mais uma vez). Era meu terceiro colégio, e eu sinceramente estava rezando para que tudo desse certo e não fossem necessárias mais mudanças (ou não, a verdade é que aquela adrenalina de colégio novo é tri boa). Só sei que, logo de cara, percebi que as pessoas de lá (em sua maioria, pense que também haviam algumas exceções) não tinham o meu perfil. Não mesmo. Minhas colegas ouviam as músicas que eu abominei minha vida inteira, usavam as roupas que eu nunca conseguiria usar e até se tratavam de uma forma completamente diferente da qual eu estava acostumada. Me senti um verdadeiro peixinho fora d’água. No começo, foi complicado. Foi difícil encontrar algo em comum com alguma delas. Acho que passei por algumas fases, e a primeira certamente foi a relutância. Não sei lhe dizer o que mudou para mim (provavelmente foi a idéia de que dar uma chance a elas não seria tão ruim), mas posso dizer que alguns meses depois tinha encontrado amigas. Completamente diferentes de mim, mas ainda assim amigas.

Agora, vamos aplicar aquela frase lá de cima. Diga-me com quem andas e te direi quem és? Então, seria simples presumir que eu adoro um pagode e roupa de suplex (?) só porque eu ando com meninas que fazem esse estilo. Quem me conhece, sabe que eu odeio pagode e tenho pavor dessas calças abomináveis.

Então talvez esse ditado não funcione tão bem assim. Você pode dizer que eu sou apenas uma exceção, e talvez eu seja mesmo. Mas o que eu aprendi foi que não devemos julgar as pessoas por quem elas andam com. Por mais que seja difícil. Caso contrário, precisaremos de uma margem de erro bem grande.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Show de... Julia?


Quando eu era criança, tinha um problema sério. Tão sério que alguns anos depois que problema já havia deixado de ser de fato um problema, cheguei a conversar com outras pessoas sobre isso, e para minha surpresa encontrei inúmeros indivíduos com a mesma paranóia que eu tinha. Bem, deixe-me explicar. Alguém já viu “O Show de Truman”? Nesse filme, Truman (um homem comum como você) descobre um dia que toda a sua vida não passa de um programa de televisão: seus amigos, sua família e todas as pessoas ao seu redor são atores contratados para criar... A vida de Truman. O show de Truman.

E esse era meu problema: eu acreditava piamente em ser protagonista de algum tipo de produção esquisita que escondia câmeras em minha casa e ditava cada palavra que os outros deveriam dizer. Realmente é um pensamento assustador para uma criança de seis anos. Hoje em dia (tendo perdido este medo) penso se não é uma característica extremamente narcisista e típica em crianças.

Digo narcisista de uma forma moderada e inocente, é obvio. Quando criança, nós não temos a mínima noção do mundo ao nosso redor. Sabemos que o Japão é muito longe e que o planeta é muito grande, mas só. Não vemos nada além de nosso próprio umbigo (o que nos levar a acreditar que somos protagonistas de uma produção megalomaníaca e afins). É claro que não estou criticando esse comportamento infantil, e seria boba se estivesse. São crianças. Mas é interessante conseguir entender como elas pensam, como eu um dia pensei. Desvendar o mistério por trás dos meus antigos sentimentos e vontades.

Nascemos e vivemos por um longo tempo acreditando em um mundo minúsculo. Apenas dando importância ao que podemos ver. Apenas dando importância a nós mesmos (vamos combinar que crianças são egocêntricas de uma forma muito inocente). Crescemos e começamos a tomar conhecimento do tamanho de nosso planeta, da quantidade de pessoas e de vidas que habitam aqui, junto de nós. É aí que os caminhos começam a se ramificar, e podemos ver os que têm ambição de fazer alguma diferença, deixar sua marca, e os que continuam olhando para o próprio umbigo (mas esse é um assunto extenso que eu deixo para outra hora).

Crescemos. Não encontramos câmeras escondidas na gaveta de meias ou dentro do pote de sucrilhos, e acabamos percebendo que talvez “O Show de Truman” não passe de um filme.

Só imagino como seria se continuássemos procurando pelas câmeras depois que a inocência infantil se foi. A única coisa que sei é que um termo muito superior à “narcisista” teria de ser inventado para descrever o lugar onde vivemos. Graças a deus crescemos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Games e afins



Cada vez mais podemos ver vídeo games se popularizando no mundo inteiro. Com o crescimento eminente desse mercado, podemos também observar a grande variedade de jogos que vem sido criados, em virtude de agradar a diferentes faixas etárias e gêneros. Porém, percebemos também que cada vez mais jogos violentos vem ganhando seu espaço em meio aos consumidores. A grande questão é: estariam os jogos violentos gerando violência?

As opiniões são diversas, e podemos observar os dois lados. Se por um lado somos induzidos a sermos violentos, por outro temos a capacidade do discernimento, do certo e do errado. "Acho besteira essa coisa de 'video-games fazem mal para você'. Eu gosto de jogos violentos, meus amigos também e nós nunca nos metemos em briga. O problema é que os casos de gente que saí dando tiro por aí por causa de jogos ganham sempre muito destaque, mas olha quanta gente sai dando tiro por aí, todos dia, sem razão alguma? É muito fácil culpar video-game." conta o estudante de história Antônio Melo, 19.

Nem todos pensam como Antônio. Talvez o problema seja a influência dos jogos violentos em diferentes faixas etárias. O jogo com certeza não é visto e interpretado da mesma forma por Antônio, de 19 anos, quanto por uma criança, que com certeza está muito mais sujeita a se deixar ser influenciada por jogos. “Acho que sim, mas em crianças maiores, a partir de uns seis anos. Até porque todo mundo quer ter sucesso, e no videogame o jogador tem sucesso com aquela agressividade, sem ser punido por toda a violência. Toda essa exposição à violência dificulta para a criança discernir o que é saudável do que não é, eles acabam perdendo a noção de até onde podem ir sem machucar o outro.” diz a psicóloga Susana Gladys.

Inúmeras pesquisas sobre esse tema já foram realizadas anteriormente, e com certeza muitas ainda virão a serem feitas. Enquanto houverem problemas, sejam eles quais forem, serão procurados bodes expiatórios. Quando falamos de violência, talvez os video games cumpram esse papel: com certeza nunca poderemos dizer que a culpa é inteiramente dos jogos, mas sempre haverão as pessoas influenciadas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Here we go again.

Uma coisa que sempre me incomodou muito foi esse conceito de falsidade que as pessoas tem. Um termo muito comum para designar ex-amigos, ex-namorados, ex-peguetes, ex qualquer coisa. Ou melhor: um termo para se referir simplesmente a aqueles que te desagradaram de alguma forma. Falso.

O que seria uma pessoa falsa? Depois de um pouquinho de pesquisa, cheguei a conclusão unanime: falsa é aquela pessoa que muitas vezes não exprime em suas atitudes sua real personalidade. Bom, é aí que eu começo a me incomodar. Logo aí, nesse conceito popular de falsidade. O meu problema é muito simples, e acho que qualquer um vai entender: essa coisa de ser falsa, de ser alguém que você não é, não existe! Ponto final. Principalmente se partirmos do princípio de que ninguém pode ser o que não é. Se não é, não é.

Não sei se consigo me expor com clareza, mas para mim é simples. Sabe aquela parte horrível da sua ex-melhor amiga, que te apunhalou pelas costas falando mal de ti, ou com qualquer outra ação que não corresponde a quem você achava que ela era? Pois é. Essa ação não mostra que ela é falsa. Para mim, é só mais um traço de sua personalidade, uma parte não tão boa da menina.

Ninguém é perfeito, e todo mundo sabe disso. Porém, parece que todos estamos lutando contra a aceitação desse fato. Ela não é falsa; ela só não é perfeita.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Music; nothing but music.


Quando foi que a música se tornou algo tão banal? Deixou de ser uma forma de protestar, de propor uma nova vida e novas opções para cada um de nós? Podemos ouvir grandes sucessos atuais: músicas que não dizem nada além do clichê, músicas que contam uma história de amor, ou pior, músicas que mandam você descer até o chão com o dedinho na boquinha.

Talvez o problema sejam os jovens. Mentes vazias que não conseguem pensar em nada além de si mesmos. É, talvez esse seja o motivo: seu próprio umbigo parece um lugar muito melhor para se olhar, comparado com o futuro de todos nós. Mas quer saber? Eu não me importo. Quantos dos antigos artistas fizeram musicas lindas e cheias de significado, porém com hipocrisia o suficiente para apenas falar? Não culpo os novos grupos de sucesso. Para mim é obvio que muitos deles falam com muito mais sinceridade do que outros já conseguiram falar. Falando sobre guerra ou amor, não importa. O que me importa é o ato por trás das palavras. A sinceridade.

Não quero que parem de visar progresso em nosso futuro, não quero que todos percam a esperança. O que eu realmente quero é que todos pensem antes de dar uma lição de moral. Pensem se não são os causadores do problema de que tanto falam. Alguns julgam as pessoas pelo que elas falam; palavras podem ser lindas, mas para realmente conhecermos alguém devemos prestar atenção no que elas fazem. Palavras não passam de palavras.

Acredito que todos nós estamos usando a música como desculpa. Todos nós reclamamos do funcionamento atual da sociedade sem fazer nada para mudá-lo. Não quero dar lição de moral à ninguém, mas sinceramente...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Deixe sua marca


Minha amiga fez 18 anos essa semana. Alguns dias antes do aniversário dela, perguntamos como ela se sentia prestes a se tornar maior de idade. Ela falou que era normal, e de qualquer jeito, ela odiava fazer aniversário. Ninguém entendeu porque, e a resposta foi mais filosófica do que nós imaginávamos que seria.

Ela acredita que todos nós temos algum motivo para estarmos aqui. E se ela morrer sem cumprir seu objetivo, sem deixar sua marca? Cada ano que passa ela sente como se houvesse falhado, como se houvesse ainda menos tempo para fazer a diferença.

Fiquei estupefata. Com 18 anos sua maior preocupação é deixar sua marca? Está aí algo difícil de se ver. Acho que mais gente deveria pensar como ela.

A cada aniversário, se preocupe menos com os presentes que você ganha e mais com o que você fará em relação a isso. O mundo certamente será melhor. Se nossa preocupação fosse direcionada a fazer o melhor, ou ao menos fazer algo bom! Meu irmão é escoteiro, e uma de suas regras é fazer ao menos uma boa ação por dia. Vamos nos preocupar com isso, vamos tentar fazer coisas boas e ajudar aos outros. Vamos descobrir a cura para doenças, vamos descobrir algo que mudará a história, vamos ajudar um senhor a atravessar a rua.

Vamos fazer algo para deixar uma marca.

That's the way I loved you.

He is sensible and so incredible
And all my single friends are jealous
He says everything I need
to hear and it's like
I couldn't ask for anything better
He opens up my door
and I get into his car
And he says you look beautiful tonight
And I feel perfectly fine

But I miss screaming and fighting
and kissing in the rain
And it's 2am and I'm cursing your name
You're so in love that you act insane
And that's the way I loved you
Breakin' down and coming undone
It's a roller coaster kinda rush
And I never knew I could feel that much
And that's the way I loved you


The Way I Loved You - Taylor Swift

sábado, 27 de março de 2010

A latinha


Sempre achei as crianças seres esquisitos. Quero dizer, todos amam crianças. Posso dizer que eu nunca fui apaixonada por elas, mas algumas me derretem. E eu consigo entender porque elas são tão apaixonantes; sua sinceridade, sua inocência.

O engraçado sobre elas, é que muitas vezes elas parecem prefirir o simples. Enquanto algumas pessoas, no mundo real, vivem em busca do celular mais novo, do computador mais rápido, do novo lançamento, as crianças se satisfazem com tão pouco... Dê a elas aquela cozinha de plástico que você viu na loja. Aquela que era muito cara, grande, e bonita. Tenho certeza de que a criança vai gostar. Um dia ela encontrará no chão uma latinha de coca-cola vazia. Em um instante ela estará se deleitando com as maravilhas de uma simples latinha.

Ela não se importa com a grandiosidade de seu brinquedo, ela não procura o mais caro, ela não procura o que ela possa exibir para os outros. Ela procura algo que possa diverti-la. E porque uma latinha não desempenharia bem esse papel?

Eu espero que as crianças nunca percam sua inocência. Nunca percam esse brilho, nunca percam a humildade. Talvez a culpa seja nossa; as apresentamos pequenos grandes brinquedos, deixando de lado as pequenas coisas de nosso dia a dia que podem fazer uma criança feliz.

Foto: Getty Images

segunda-feira, 22 de março de 2010

Books.





É real.

sábado, 20 de março de 2010

As (nem tão) polêmicas pulseiras

Jornais, sites e revistas falam sobre a imensa polêmica que as pulseiras do sexo vem causando. Pais proibiram suas filhas de usarem as pulseiras, escolas fizeram o mesmo. Adultos ficaram chocados com a ideia de que suas "crianças" estariam participando de algo tão... primitivo, seria a palavra? Enfim. Polêmica é o que essas pulseiras vem causando.

Porém, eu nunca entendi essa polêmica. Tempestade em copo dágua. Quero dizer; realmente é horrivel alguém usar uma pulseira colorida para determinar o que irá fazer com outra pessoa, como se fosse um jogo. Mas sinceramente... nunca ouvi falar de ninguém que tenha realmente usado pulseiras com esse motivo. Os pais, preocupados, pensam que todo mundo usa as pulseiras para isso. Alguém ouviu esse boato e ele foi rolando, até todos os adultos pensarem que a juventude atual se preocupa apenas com isso: sexo.

Fico pensando sobre as inúmeras meninas que usavam as tais pulseiras antes desses boatos começarem. Os pais de muitas delas as proibiram de usá-las, e pouco a pouco elas foram se extinguindo nas ruas. Cada um usa a pulseira por um motivo diferente, mas se uma das pulseiras for ragada por outra pessoa, quem poderia obrigar as meninas a cumprir a "penalidade" que existe por trás de cada cor?

Então, a polêmica das pulseiras do sexo existe, sim. Mas por motivo nenhum. Sei que devem existir meninas que usam as pulseiras com esse propósito, até porque o Brasil é um país grande e tem gente de tudo quando é tipo. Mas a polêmica que se criou ao redor disso foi se multiplicando, até chegar o momento em que existia a polêmica, mas não um motivo para ela.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Modinha.


Modinha. Difícil encontrar alguém que não sabe o que é. Difícil encontrar alguém que nunca teve sua banda preferida transformada em uma. Difícil encontrar alguém que nunca tenha gostado de uma.

A verdade é que 90% dos adolescentes odeia a simples menção da palavra "modinha" (mesmo que eles mesmos sigam todas as modinhas possíveis). Ninguém quer admitir que sua banda é moda, que sua série é moda, que seu livro é moda. E se não tem jeito, se você é fã de Twilight ou até Cine (?), sempre tem a frase: "Ah, mas eu gostava antes de virar modinha" (eu mesma perdi a conta do número de vezes que pronunciei essas exatas palavras).

A verdade é que modinha tem seu lado bom. Você provavelmente nunca teria conhecido aquelas bandas ótimas que atualmente adora. A "modinha" te apresenta coisas novas, das quais você vai gostar... ou não. Simples assim.

Dizem que o real real problema é: a modinha vem causando alienação aos adolescentes, que não conseguem criar (ou defender) sua própria opinião e gostam apenas porque o resto do mundo também gosta. Mas, sinceramente, não acredito que isso seja, de fato, um problema! Somos adolescentes, mini pessoas, projeto de pessoas. Ninguém precisa saber com certeza do que gosta, ninguém precisa ter uma opinião formada sobre tudo.

Acho que essa é uma fase em que as modinhas são mais do que necessárias. Talvez com elas, nós, os projetos de pessoas, encontremos um caminho mais fácil para a pergunta "quem sou eu". Conhecemos de tudo, de Cine à Twilight (esses dois de novo?). Talvez agora não seja necessário uma opinião formada sobre os dois, talvez gostar dos dois seja suficiente. Conhecendo os dois, formamos nossas opiniões. Depois de se perder, a gente se encontra.

E é assim que a fase 'projeto de pessoas' é deixada para trás.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Batendo na mesma tecla (novamente)



Hoje em dia, ser gay deixou de ser apenas uma característica pessoal de alguns. Se tornou uma qualidade, uma virtude. Afinal, todos sabem que os gays são os mais engraçados, divertidos, bonitos e purpurinados que o mundo já viu. Então, com essa aceitação enorme que a homossexualidade vem tendo, podemos dizer que o Brasil é um país livre de preconceito, certo? Nananinanão.

É bastante óbvio que atualmente as pessoas parecem mais abertas em relação a sexualidade de cada um. Mas eu acredito que o preconceito se manifesta de diversas formas. Quando algumas adolescentes saem desesperadas atrás de um amigo gay, acredito que estão tendo preconceito. Pois estão simplesmente criando um pré-conceito sobre todos os homossexuais existentes no universo. No instante em que elas dizem que querem um amigo gay pois eles são "engraçados, divertidos, bonitos e purpurinados", estão sendo preconceituosas.

Não sei você, mas como eu sempre faço questão de deixar claro, odeio preconceito. Duas pessoas tem o direito de se amar, indiferentemente de seu sexo. As pessoas tem direito de gostar de quem quiserem gostar, beijar quem quiserem beijar. Odeio aqueles radicais que dizem que deus não criou as pessoas para agirem dessa forma. Pesso desculpas aos religiosos; sei que cada um tem suas crenças bem distintas. Porém, não consigo pensar em um deus que não nos dê a liberdade de amar. Cada um ama da sua maneira, seja ela qual for.

Só porque é gay, não quer dizer que é engraçado e divertido. Muito menos purpurinado. Tenho pavor de quem busca um amigo gay, pois está apenas julgando alguém sem conhecer de fato sua essência; está julgando um estereótipo.

Algumas pessoas são gays. O fato de que você nunca vai poder mudar isso te irrita? Pois não deveria.

quinta-feira, 4 de março de 2010

She lives in her fairytale


Sempre acreditei que as pessoas só vêem o que elas querem ver. Eu sei que, infelizmente, faço parte dos que aderem a esse lifestyle. É claro que não é o tempo todo; seria impossível viver assim. Porém, em alguns momentos (principalmente os de dificuldade), parece apenas mais fácil ver o que eu quero ver, ao invés da realidade. O pior é que muitas vezes a linha entre a realidade e a fantasia é tênue. Eu sei que é ruim fazer isso, pois a realidade acaba caindo com um baque e destruindo tudo que você lutou com tanta persistência para fazer exatamente do jeito que você queria.

Sabe qual é o problema? Vidas perfeitas. Todos lutam tentando alcançar um nível de vida impossível de se chegar. Todos querem pensar que seu relacionamento, sua amizade, sua relação familiar está perfeita. Quando eu sei que tem algo errado comigo e com alguma dessas relações que me cercam, eu simplesmente não consigo falar sobre isso com ninguém. Porque, se eu falar, vai se tornar real. O problema é que já era a realidade, eu só estava lutando para não aceitá-la.

Deveríamos parar de buscar por vidas perfeitas, pois todos tem problemas. Talvez devessemos apenas aceitar a realidade como ela é, e parar de viver em nosso mundo de fantasias. E, no meio das "vidas perfeitas", encontramos algo que sempre é usado a nosso favor, mas apenas nos prejudica:

Você só vê o que quer ver.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Uma nota rápida de agradecimento

Eu queria agradecer muito a vocês. Ontem completei 50 seguidores, metade de 100 (dãããã)! É muito bom pra mim ver que tem gente que gosta de ler o que eu escrevo, é um estimulo muito grande. Eu me divirto muito escrevendo pro Blorkutando e pro Blogueando, e é ótimo ver que as vezes eu consigo estar entre os melhores textos. Pretendo escrever pra outros projetos também, o Once Upon a Time, PostIt e Bloínques estão salvos por aqui e assim que der vontade eu vou participar. Por fim, a todos que tem me dado selos, eu agradeço do fundo do meu coração. De todos que ganhei não postei nenhum por aqui, isso pela minha falta de organização. Tá tudo meio corrido com a volta as aulas, o fim das férias (ok, talvez eu só seja desorganizada por natureza), e eu só costumo ver os comentários da última postagem quando posto algo novo. Aí eu respondo a maior parte deles, mas acabo esquecendo os selos, deixando pra depois ou simplesmente não tendo tempo. Deve parecer grosseria, mas eu juro que não é de propósito!

Eu senti que tinha que agradecer, porque recebo alguns comentários fora do padrão que me deixam extremamente feliz. Isso é um blog, e eu não sou famosa: não há motivo pra não responder a vocês ou esnobá-los, haha. Por isso, agradeço do fundo do meu coração (de novo) a todos vocês que passam por aqui de vez em quando, e essa postagem é o mínimo que eu poderia fazer. Uma vez fui em um blog de um cara que dizia "[...] E eu tento responder todos os comentários dos meus fãs [...]", mas pô, ele não é famoso. O legal de um blog é que todo mundo que tem um tá aprendendo junto. Humildade é, no mínimo, importante.

Por fim, eu estou completamente aberta a críticas e sugestões (infelizmente não tenho um formspring pra vocês me criticarem anonimamente, sinto muito), podem comentar por aqui ou me procurar também no orkut, já que sempre que eu posso, estou por lá.

Ok, eu comecei dizendo que isso seria uma "nota rápida de agradecimento", mas acabou se extendendo. De qualquer jeito, acho que vocês entenderam. BEIJO MEUS FÃS! (brincadeira, dããã)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Medo

Sempre fui uma pessoa muito medrosa. Do tipo que grita e até chora em filme de terror. Nunca entrei em tuneis do terror, odeio quando me dão sustos e começo a pular de nervoso quando estou com medo de alguma coisa. Mas quando eu era criança, meus medos consistiam basicamente em três coisas: escuro, vampiros e fogão.

Escuro. Se você não conhece nenhuma criança que tem medo de escuro, provavelmente convive muito pouco com crianças. Elas tem medo do racional e do irracional. Com certeza pode haver um fantasma, ou até o bicho papão. Do mesmo modo que um ladrão pode estar a espreita a partir do momento em que você apaga a luz. Acho que o medo do escuro é plausível: por mais que nada aconteça (e a chance de algo acontecer seja mínima), não conseguimos ver. O que, pelo menos para mim, é suficiente para dar medo.

Vampiros. Sempre tive pesadelos com eles. Era horrível, e o pior: com uma frequência alarmante. Mas sempre amei eles. Sua história me fascinava. Então, de dia eu lia livros e assistia filmes sobre eles com o maior prazer. De noite, lutava para deixá-los fora de minha mente. Um dia, acredito que tinha uns 9 anos, comecei a ler uma série de livros chamada "O Pequeno Vampiro". Me apaixonei. Ler aquela coleção era como viajar para outro mundo. Na minha mente infantil, eu era muito corajosa por ler aqueles livros. Porém, os sonhos continuavam. E essa é uma história engraçada, pois exatamente no dia que terminei o último livro da coleção, tive meu último pesadelo com vampiros.

Fogão. Infelizmente, tenho de culpar minha pobre mãe nesse ponto. Eu era pequena, e como qualquer criança, adorava brincar com tudo que aparecia na minha frente. Mamãe, receosa, me ensinou que eu não deveria brincar com o fogão, porque era perigoso. Mas eu não entendia como um fogão poderia ser perigoso! Afinal, todos os adultos brincavam nele. Então ela me explicou: se eu brincasse errado, poderia sair muito gás, o que poderia levar à um incêndio ou pior, uma explosão. Passei uns 10 anos com medo de que meu fogão explodisse.

Então. Agora tenho 14 anos. Não sou mais uma criança, mas posso dizer que nem tudo mudou. O escuro ainda me passa uma forte sensação de insegurança. Os vampiros, felizmente, consegui superar naquele episódio do Pequeno Vampiro. Já o fogão... melhor nem comentar.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Amor e Amor

" - Eu te amo.
- Ama mesmo, Rafael?
- Claro que amo!
- Mas nós nos conhecemos a uma semana!
- Escute... O tempo que passamos juntos, cada beijo, cada momento, foi muito especial para mim, Paloma.
- Uma semana, Rafael. É pouco tempo."


Essa história nunca aconteceu. Do mesmo modo que já aconteceu milhares de vezes.

Você ama sua família. Ama seus amigos. Ama seu namorado, ama seus colegas, ama seus vizinhos. Sua casa, seu cachorro, papagaio e tartaruga. Ama as pessoas que te rodeiam. Mas ama de formas completamente diferentes. Nem por isso deixa de ser amor. Hoje em dia, canso de ouvir pessoas reclamando: "Todo mundo diz 'eu te amo'. Eu te amo não é bom dia!". Eles estão certos. O "eu te amo" se popularizou. O "eu te amo" é jogado da boca para fora; ou não. O eu te amo pode ser verdadeiro, mas não da forma que você pensa.

Confuso? Ok, vamos retroceder um pouco. Pense... EU TE AMO. Pare. Reflita. O que vem a sua mente? Aposto que você pensou em um casal. Porque, quando pensamos em amor, pensamos nisso. Casais, namorados, marido e mulher. Desse jeito, acabamos menosprezando todos os outros pequenos círculos de amor, todas as outras formas de amor. Amor, aquele que o casal sente, parece demais para amigos. Mas não é do mesmo amor que estamos falando. Talvez aquele colega que diz "eu te amo" para você, realmente te ame. Talvez não. Mas talvez ele ame. Não da forma forte de um casal, mas de sua própria maneira.

Agora volte a pensar na história de Rafael e Paloma. Sabe qual o problema que ocorre ali? Paloma quer um momento especial. Quer que um dia, ao olhar para ela, ele perceba que a ama. Nesse momento, ele dirá "Eu te amo". Ela vai acreditar. Paloma não se importaria se tivesse de esperar meses até ter essa declaração. Porque o que ela quer, é verdadeiro. O problema é que Rafael desconhece esse amor. Ele a ama da forma que já amou muitas outras. E quando ele perceber, ou começar a amá-la da forma desejada, vai ser tarde demais. As palavras já não terão efeito algum sobre ela.

O amor de Rafael é válido, como qualquer amor é. Ele só não percebeu a diferença sutil, a linha tênue entre amor e amor. Ele ainda não notou que amor pode ser diferente.

Então. Rafaéis do mundo, venham aqui por um instante que tenho um pedido a lhes fazer. Parem um pouco e pensem sobre o seu amor. É suficiente.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Welcome to the Jungle

Ao entrar na escola, era fácil perceber a animação contida que rolava por ali. Ninguém estava satisfeito porque as férias haviam terminado, mas primeiro dia de aula é assim mesmo. Nos dirigimos ao salão, onde sempre vamos no início do ano letivo. Ao subir as escadas que levavam até lá, era fácil distinguir o comportamento de cada um. Aqueles sem mochila, jurando que no primeiro dia de aula não haveria nada importante. Os super animados, gesticulando enquanto conversavam com os amigos que não viam a certo tempo. Os convencidos, que se julgam melhores do que você e ocasionam muitas pessoas se chocando contra as outras no caminho (até parece que eles irão dar um passo ao lado para dar espaço a outra pessoa). E eu caminhava com minha amiga, me sentindo despreparada e, é claro, morrendo de sono. Bem vindos de volta a escola. O que passou por minha cabeça foi "Welcome to the jungle".

Todos reunidos, ninguém cala a boca, os novos professores são apresentados, os velhos professores também... Vocês sabem. Começa o discurso de sempre: "Hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas", "Estamos aqui para ajudar vocês à construir o seu futuro", "Onde você se imagina em 10 anos?", e tudo aquilo. Depois de uma eternidade de conversas, apresentações informais, matação de saudade e avisos dados, nos dirigimos a nossas salas.

Os alunos novos sozinhos, nos cantos da sala, tentando achar alguém compreensivo para sentar com eles. Você vê eles te olhando, te avaliando, pensando: "será que essa vai ser minha melhor amiga pro resto da minha vida?", ao mesmo tempo que sofrem 30 vezes mais avaliações. Os que pareceram suficientemente bem entrosados, são acolhidos, e os outros deixados de lado.

Professor entra, professor sai. Alguns se "contentam" em falar sobre sua vida, onde fez a faculdade, pós graduação, mestrado, se é casado, tem filhos... Alguns mantém sua pose rígida. Quase todos fazem piadinhas irônicas em algum momento. Alguns deles passam um dever de casa, só para mostrar que as férias, de fato, acabaram.

Recreio. Bar lotado, 15 minutos só para conseguir algo para comer. Todos reclamam da inflação que houve durante as férias naquele lugar, "Onde já se viu um cachorro quente por esse preço?". Hora de reclamar dos professores, das aulas, e de tudo que é possivel, só para não perder o hábito. Logo o recreio acabou sem você nem sequer perceber.

Após o recreio, a postura da turma mudou. Agora são poucos os alunos novos que continuam sozinhos (e tenho certeza que esses também farão amigos rapidamente). Olho ao meu redor para ver o que está diferente. Pois é, parece que nada está diferente. As piriguetes novas se juntaram com as piriguetes velhas, como já estava previsto nas estelas.

É, parece que tudo voltou ao normal.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Quem quer um amigo gay?

Atualmente, existem muitas pessoas participando de protestos do tipo "Somos todos iguais", campanhas que dizem NÃO ao preconceito homossexual, tentando mostrar que, de fato, somos todos seres humanos. Ninguém vale mais que ninguém, ninguém é melhor que ninguém. Somos todos iguais. Para mim é espantoso ver que, as mesmas pessoas que se empenham tanto em acabar com o preconceito homossexual, em passar essa ideia de igualdade, muitas vezes são as que parecem não ter a menor idéia de que todos somos iguais.

Ok, deixe-me explicar. Hoje eu estava em uma comunidade no orkut, com um tópico que dizia: "Gays, venham aqui." Entrei no tópico, pensando que seria mais um ataque do tipo "Deus não queria que vocês fossem assim e um dia vocês irão arder nas chamas do inferno", como eu já vi milhares de vezes, mas não. A garota criadora do tópico dizia que queria muito ter um amigo gay, então estava a procura de um. Ao contrário do que eu pensava, todos no tópico (que tinha VÁÁÁÁRIAS postagens) diziam que também queriam e etc.

Agora eu me pergunto. Essa menina com certeza não é preconceituosa. Deixou isso claro. Mas ela está longe de acreditar no que prega, por assim dizer. Se todos são iguais, como tratar alguém assim tão diferente? Ela queria um amigo gay. Não importa quem. Afinal, ele é gay. Quanta igualdade há nisso?

Ninguém lá se importava com a personalidade do rapaz. Se é gay, tá beleza. Só sei que se eu fosse homem e gay, me sentiria mal por esse tópico.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma agulha no palheiro

Aborto. Tenho certeza que vou contra a maioria quando digo que sim, sou completamente a favor.

Eu tenho plena consciência dos diversos meios anticoncepcionais. E concordo que sim, cada casal deve ser responsável pela própria segurança e saber dos riscos que corre ao não seguir nenhum dos métodos possíveis. Sempre que esse assunto vem a tona, eu penso na mesma situação, e gostaria que vocês pensassem comigo.

Eu sei que a chance de isso acontecer não é muito grande, mas com certeza todos vocês já ouviram histórias de mulheres que engravidaram mesmo tendo usado métodos anticoncepcionais. Eu penso nessas pessoas, que fizeram como deveriam, que sabiam quais seriam as consequências caso não o fizessem. E, por algum acaso do destino, acabaram grávidas. Eu penso nessas pessoas, que não queriam que as coisas fossem desse jeito. Eu penso na infelicidade delas. Eu penso no peso, e não na felicidade que deveria ser para elas. O peso de cuidar de uma criança. O peso de ter de pensar por duas vidas, e não só a sua.

Acredito também que uma mãe adolescente nunca seria uma boa mãe. Por não ter maturidade o suficiente, por não ter um corpo preparado para isso, por ser a hora errada. Eu sei que talvez seja egoísmo, que talvez seja errado. Mas essa mãe não vai dar a melhor vida para sua criança. Não vai ter e nem dar a melhor vida.

Eu sei que cada caso é diferente. E que os meus argumentos não são válidos para a aprovação do aborto. Eu sei que eu mostrei um caso que representa uma porcentagem minúscula. Eu sei que nunca vou conseguir provar meu ponto de vista. Eu sei que minha opinião é uma agulha no palheiro. Mas não posso deixar de me expressar.

Eu penso em mães com uma vida estável. Mães saudáveis, preparadas. É assim que eu penso na maternidade.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Prefiro Harry Potter.

"Você tem mais uma chance." Ele disse, enquanto revirava alguns papéis em suas mãos.
"Mais uma chance?!" Eu indaguei, pensando que depois de morto você estava apenas, erm, morto. Sem segundas chances.
"Sim. Alguém acha que você merece."
"Isso quer dizer que eu vou... voltar?"
"Sim. Em outro corpo."
"Wow" Eu disse, enquanto pensava. "Ok, eu aceito. Mas antes disso eu quero descobrir todos aqueles mistérios celestiais, o que veio primeiro, o ovo ou a galinha... Você sabe, esse tipo de coisa."
Ele me olhou com uma cara insatisfeita diante da ironia.
"Há apenas um corpo disponível. Acredito que você vá gostar."
Me animei um pouco. Pelo menos isso.
"Ok, pode mandar!"
"O nome dela é... Bella. Bella Swan."
O terror invadiu meu rosto.
"NÃO! COMO ASSIM? EU TENHO UMA CHANCE PARA VIVER DE NOVO E VOCÊ ME MANDA PARA A BELLA?"
"Erm... Sim. Pensei que você fosse gostar."
"Não podia ser pelo menos, sei la, o Harry Potter?"
Ele me olhou com cara de desdém "Harry Potter é só um personagem ficcional."
"Erm... a Bella não é?"
Ele pensou por alguns instantes. "Ok, está na hora de ir." É, ele não ia me responder.

Acordei me sentindo levemente tonta. Olhei para os lados afim de me localizar, mas nada. Tinha uma leve lembrança... Não. Deve ter sido um sonho.
"Bom dia, Bella"
Edward Cullen. "WAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!!!!!!!!!" Eu gritei.
Ele pareceu preocupado e se precipitou para me ajudar, mas eu o impedi.
"Edward?"
"Bella..." Ele parecia hesitante.
Alguns segundos se passaram, ninguém sabia o que falar. Eu não queria essa vida, mas meu deus, eu estava na frente de Edward Cullen: O VERDADEIRO! Já havia sonhado em me encontrar com Robert Pattinson, mas estava com o vampiro. Respirei fundo. Os sentimentos de Bella me inundaram, e eu senti paixão, torpor. Queria ficar com Edward para sempre. Queria me tornar uma vampira.
Ok, talvez eu devesse dizer algo agora. O que dizer? Oh, isso parece tão complicado! Mais alguns segundos em silêncio. Ele estava mais hesitante do que nunca. Contemplei sua face. Meu rosto se iluminou.
"EDWAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARD EU TE AMOOOOOOOOOO! EU JURO QUE LI TODOS OS LIVROS, E SEMPRE ESTIVE DO SEU LADO! AQUELE JACOB É UM FEDORENTO MESMO, EU NUNCA QUIS FICAR COM ELE! TE JUUUUUUURO! EU QUERO MUITO VIRAR UMA VAMPIRA, APOSTO QUE VOU FICAR MAIS BONITA ATÉ QUE A ROSALIE! E EU VOU TER PODERES, É SÉRIO! VAI SER TIPO UMA BOLHA PROTETORA! AAAAAAAAAAH E NÓS VAMOS TER UMA FILHA CHAMADA RENESMEE, E..."
Ele me olhou, extremamente assustado.

É, ok. Talvez eu não tenha recebido o melhor corpo para voltar à terra.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um pouco sobre discriminação

Era uma terça-feira, uma das últimas de minhas férias. Estava no shopping com minha mãe e minha avó, que queria me dar um presente. Eu procurava por uma peça de roupa específica, que não havia encontrado em loja nenhuma. Então decidi entrar na Animale (para quem não conhece, é uma marca com roupas mais sofisticadas, conhecida por ter preços mais, digamos, salgados) e ver se conseguia lá o que não havia conseguido no resto do shopping.

Entramos na loja. Estava vazia, exceto por uma mulher no caixa, pagando. Atrás do caixa, umas cinco atendentes da loja, conversando. Ao lado delas, a gerente. Enquanto esperava para ser atendida, dei uma olhada nas roupas. Eu esperei, mas o atendimento não chegou. Eu estava sendo obviamente ignorada por todas as atendentes e a gerente da loja. Agora eu pergunto para vocês: por que? O que justifica esse comportamento? Bem, a resposta é muito simples. Nós não tinhamos cara de quem tem dinheiro para comprar lá. Isso sinceramente me ofendeu, e muito. Não era mais uma questão de conseguir a tal saia que eu queria. Era uma questão de respeito.

Quero dizer, talvez eu não me vista como uma perua. Talvez não use maquiagem suficiente, roupas chiques o suficiente. Não sei. Mas isso com certeza não justifica o comportamento de deixar de dar atendimento a um cliente em potencial (sim, eu era uma cliente em potencial, pois minha avó teria dinheiro para comprar a saia) simplesmente por sua aparência.

Discriminação. Simples, e na frente de todo mundo. O pior é que eu tenho certeza de uma coisa: as atendentes foram instruídas a agir assim. A selecionar quem irão atender.

Saí da loja e fui gastar meu dinheiro em algum lugar que recebesse um pouco de respeito.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Duas promoções vindas diretamente dos deuses

Oi gente :) Hoje meu objetivo é muito simples: divulgar as melhores promoções ever!

O blog Lost In Chick-Lit está fazendo duas promoções de morrer pra todos que estão entediados ou só querem ler um bom livro. Bom, não importa os seus motivos, o que não se pode negar é que os livros são ótimos e a promoção é bárbara (como diria minha mãe)!





O primeiro livro que você pode ganhar é "O Vendedor de Armas", de Hugh Laurie (para os alienados ou apenas esquecidos, o ator de House).

"Thomas Lang recebe uma proposta: matar um empresário americano por 100 mil dólares. Ao invés de aceitar a proposta, ele resolve avisar a vítima do perigo que ela corre. Apesar de sua boa vontade, o ato de Thomas não passará despercebido, e ele terá de lutar para sobreviver."





O segundo livro é "Tem alguém aí?!", de Marian Keyes. Não sei se vocês já leram algum livro dela, mas é uma das melhores autoras de Chick Lit com certeza.

"Anna Walsh tem o melhor emprego do mundo. Ela é relações públicas de Candy Grrrl, uma empresa de cosméticos conhecida mundialmente. Vive ganhando produtos que milhares de meninas matariam para ganhar (especialmente de graça). Porém, ela sofre um acidente de carro e é obrigada a sair de NY e voltar para Dublin, sua cidade natal. Ao voltar, ela não consegue nenhum tipo de contato com Aidan, seu marido. O que aconteceu com ele?"

Obviamente, os dois livros são muito diferentes, mas tenho certeza de que são também ótimas leituras. Fica a dica para quem quiser um livro para se ocupar :)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

What would it be without you?

Todo mundo tem um motivo (e se não tem inventa) para escrever. Eu acredito que meus motivos sejam bem claros: escrevo porque preciso. Só dá aquela vontade inexplicável de escrever, e é isso. Então eu escrevo. Meu outro motivo, muito mais simples do que o primeiro, é que eu escrevo porque gosto. Porque isso se tornou um prazer para mim.

Eu sou o tipo de pessoa que gosta de dar sua opinião. Sobre tudo e qualquer coisa. O problema é que as vezes as pessoas não querem ouvir. Ou não se importam. E eu também não vou obrigá-las a ouvir algo que não as interessa. Então podemos dizer que esse blog não é nada mais nada menos do que a minha válvula de escape. Aqui, eu posso dar a minha opinião quando eu quiser, e quem quiser ouvir (nesse caso ler), pode fazer isso à vontade.

Tem gente que diz que escreve mas não quer ser reconhecido. Eu não acredito. Talvez eles pensem assim, mas no momento que seu blog se popularize, bom, obviamente eles vão gostar. Em todas as coisas que eu já fiz, patinação, teatro, música - ninguém quer ser ruim no que fez. Eu quero que as pessoas me leiam e gostem. Eu quero que elas leiam querendo mais. Eu quero, sim, ser reconhecida pelo que faço. Para mim, cada seguidor a mais é uma alegria. Pode parecer bobo, sim, mas eu me sinto reconhecida. Eu sinto o melhor. Sinto que meu trabalho, minha paixão, deu algum resultado.

Então, para finalizar. Talvez agora você me ache uma pessoa egocêntrica, exibida, chame-como-quiser. Leia de novo e perceba que não sou. Eu queria agradecer genuinamente para todos que já leram ao meu blog, que já deixaram um comentário estimulante ou uma crítica.

Sem isso eu não teria chegado onde estou, e sei que com isso eu ainda posso ir mais longe.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Resenha Crítica: Tópicos Especiais em Física das Calamidades



Ok, admito que só comprei o livro porque a grana tava curta e ele tava nos descontos: de R$ 59,90 por R$14,90. Uma pechincha. Apesar do nome ridiculamente estranho, e que com certeza fez muita gente não comprar o livro, gostei da sinopse. Levei pra casa.

Esse é o primeiro romance de Marisha Pessl. Ela levou 3 anos para escrevê-lo, e o livro foi lançado em 2006, tornando-se um best seller do The New York Times (mesmo que você nunca tenha ouvido falar do livro) e sendo traduzido em 3 línguas.

Blue Van Meer perdeu a mãe ainda quando criança. Desde então, ela e seu pai, Gareth (que é professor universitário) viajam de cidade em cidade, sem parar por mais de 3 meses. Eles ficam sempre em lugares em que ele possa dar aula, e ela completar seus estudos. Porém, quando Blue vai para seu último ano escolar, eles decidem ficar um ano inteiro na mesma cidade. Lá, a menina é convidada para integrar um grupo do qual participam gênios excêntricos de sua escola, e que a líder é Hannah Schneider, a professora de cinema. Ao decorrer do livro, restam alguns mistérios para Blue solucionar, como o assassinato (ou suicídio) de uma das pessoas do grupo.

Ok, minha opinião agora: é um bom livro. É uma leitura interessante, e com certeza não é parecida com qualquer outro livro que você já tenha lido. Mas eu, particularmente, tive sérios problemas. Por exemplo, no fim do livro tinha a impressão de ter mais perguntas do que respostas (pra quem assiste Lost, sabe como é a sensação). Convido todos a lerem o livro e tentarem entender os mistérios não resolvidos. Quem conseguir ganha uma bala.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Três casos

O cabelo dela ia até a cintura. Magra, quase esquelética. Alta. Ela gostava de passar o dia brincando com jogos. Quando perguntavam porque ela nunca tinha beijado, ela dizia: porque não tenho vontade. O quarto dela era cheio dos jogos que ela gostava, talvez tivesse até alguns dos ursos de pelúcia dos quais ela nunca conseguiu se separar.

O cabelo dele também era comprido. Para um menino, pelo menos. Até os ombros, talvez. Cheio de nós. Ele não era esquelético, bem pelo contrario. Um dos motivos para as pessoas "tirarem" com ele era seu peso. Ele gostava de passar o recreio lendo, no canteiro da escola. Rolavam boatos que ele cantava ópera.

A outra, não era gorda. Talvez tivesse tido uma fase mais cheinha, mas gorda não era. Seu quarto era rosa, e tinha vários corações espalhados pelos móveis. Gostava de Disney e essas coisas. Vestia as roupas que queria.

Três pessoas. Não são iguais, mas porque seriam diferentes? Três pessoas que poderiam olhar para você e falar muito bem sobre o bullying. Três vítimas.

A primeira, vejam bem, não tinha absolutamente nada de errado. Ninguém sabe porque ela nunca saiu da escola, pois teria inúmeros motivos. Era intimidada constantemente por colegas. Colegas que aprontavam, por sinal. Parece que esses colegas não tinham a mínima noção do mal que faziam a ela. Ou pior: sabiam o que faziam, mas nunca se envergonharam disso. Sabe, eu admiro ela. Por sua postura. Seus pais vivem desesperados para livrá-la do bullying. Ela tem uma postura meio "foda-se". Decidiu viver do seu jeito, e se os outros não gostam, o problema é deles. O único porém, é que eles fizeram disso o problema dela também.

O menino não tinha mãe. Era, sim, uma pessoa completamente diferente dos outros de sua idade, por seus gostos. Já havia estudado em quase todas as escolas de sua cidade, tentando fugir do mal que, poderia se dizer, o perseguia. Nunca conseguiu. Faz algum tempo que ele está fixo em sua escola, e o bullying não passou. A diferença é que ele encontrou um amigo.

A terceira foi vítima de bullying, sim. Não tem como negar. Quem nunca sofreu bullying, afinal? Mas então, pararam. Ninguém sabe o que mudou, mas os apelidos maldosos nunca mais foram ouvidos. Mas ela continua sendo "a coitadinha". Porque? Simplesmente porque ela gosta dessa posição. A posição de vítima. Ela tornou seu estado permanente, deixou pessoas compadecidas, e depois com nojo. Uma vez ela chegou a admitir que o que ela queria era chamar atenção.

Três casos que começaram de formas diferentes e tiveram todo seu desenvolvimento diferente. Essas pessoas vivem de formas diferentes. Reagiram de formas diferentes ao bullying. Mas lutaram. Então, não quero cair na mesmice ao falar isso. Não queria ser a pessoa que vai repetir o que você já ouviu um milhão de vezes. Mas vou. Porque enquanto as pessoas não mudarem, ainda haverá motivos para falarem.

Chega de bullying.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Então. Tenho meus vícios, minhas manias. Já aviso que sou irônica, e até demais; acho que acabou se tornando algo meio incontrolável. Mas me divirto com isso, então ta de boa. Me irrito fácil com quem não merece, e sou sincera até demais. Tem gente que adora, tem gente que odeia. Fazer o que? Não vou deixar de falar o que quero por causa disso. Sou a maior das cantoras de chuveiro. Tive ódio mortal de piriguetes por um longo tempo, e a convivência com elas não mudou em nada minha opinião. Até que uma piriguete em especial me convenceu de que elas tem, de fato, coração. Amei muito, chorei muito. Muitas vezes a dor foi inevitável, mas meu sofrimento opcional. Nunca soube guardar segredos, até que um segredo grande de uma pessoa importante chegou até mim e eu nunca mais abri a boca. Confesso que adoooooro uma fofoca. Não sou corajosa; choro e grito em filme de terror. Já procurei por um Edward, até que cheguei a conclusão que Twilight não valia tanto assim. Adoro o Tim Burton, mas abomino a Johanna de Sweeney Todd. Sou chata, egocêntrica e egoísta, mas acredito estar melhorando. E essa é a Julia que tu quer tanto conhecer... ou nao.

Resenha Crítica: Os 13 Porques


Quem me recomendou esse livro foi uma amiga, junto com o aviso: "Vai te deixar deprimida."

O autor, Jay Asher, teve sua inspiração enquanto visitava um museu no qual recebeu uma fita cassete. Ele se dirigia à obra de arte desejada, clicava no play e a obra era explicada.

No livro, Hannah não aguentava mais sua vida. Se suicidou. Porém, deixou um presentinho para um grupo seleto de pessoas. O presente? As 13 fitas cassete explicando porque havia se matado. Os presenteados? As 13 pessoas que a levaram a se matar. O livro é narrado por Clay, que nunca havia feito nada de errado à Hannah além de amá-la, portanto não consegue entender qual seu envolvimento nessa história. Nessas fitas, alguns segredos que todos juravam que nunca passariam disso: segredos, são revelados. Chegou a hora de Clay descobrir até que ponto ele está envolvido nessa história.

Eu, pessoalmente, amei o livro. Por sua capa, o máximo que você presume é que o livro conta uma história boba adolescente. Mas não. O livro te deixa preso (me senti obrigada a ler em apenas uma noite) e retrata muito bem a depressão adolescente e muitas coisas que acontecem nessa fase. Um livro inteligente que te deixa refletindo e querendo mais.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Meu eu passado, meu eu presente

"Ela era uma criança normal. Eu acho. Não sei, receio não ter um vasto conhecimento sobre crianças, e também não conheço muitas crianças com as quais eu poderia compará-la. O que posso dizer? Ela tinha cachinhos dourados. Olhos claros. Chorava como doida, e provavelmente aprendeu a suportar a dor do jeito que suporta quando ainda tinha essa idade. Criou inúmeros traumas; do chapéu favorito que o mar levou, do fogão que a mãe dizia que poderia explodir se ela brincasse, do cabelo que, por algum motivo (ou talvez fosse apenas seu azar) havia decidido nascer cacheado. Por outro lado, poderia ser considerada uma criança curiosa. Era apaixonada pelas 'tonas' (também conhecidas popularmente como azeitonas). Gostava de brincar com a avó de 'moça da pedra', brincadeira muito simples que consistia em começar a gritar com a avó por causa de uma pedra (imitando sua tia). Obviamente não havia maldade nenhuma, e as duas se divertiam reproduzindo uma situação real e hilária (pelo menos naquela idade ela considerava essa historia divertidíssima). Queria ser cantora, atriz, veterinária, guitarrista, bailarina, princesa, até que decidiu que seria nada mais, nada menos do que sereia. Simples, não? Ficava muito chateada que, nos filmes, as sereias sempre queriam ser humanas. E ela ali, morrendo de vontade de ser uma Ariel. Tinha um problema sério: era mandona ao extremo, e as coisas tinham que ser do seu jeito. Chorou muito no dia que bateu de cara no portão, e levou alguns pontos na testa (apesar de que, dessa cena, ela só lembra de correr em círculos, deslizar até o portão, e depois acordar no hospital chorando, esperneando, e sangrando). Tinha uma energia inesgotável, e adorava ler. Com 6 anos, teve vários namorados. Vááááários.

Ela é uma adolescente normal. Mentira. Bom, ela é tão normal quanto uma menina de 14 anos pode ser, tire suas próprias conclusões. Ainda tem o cabelo cacheado e os olhos claros. Infelizmente, ainda chora bastante (o problema deve ser que ela se deixa levar demais pelos sentimentos, perdendo um pouco da racionalidade). Algumas amigas acham que ela não sente dor, mas ela tem certeza de que a diferença é que ela sabe lidar como lidar com a dor física. Nunca a psicológica. Não tem muitos traumas, apesar de ainda pensar no chapéu perdido e só ter perdido o medo do fogão recentemente. Hoje, adora o cabelo cacheado (apesar de ser um porre na hora de acordar). Continua apaixonada por azeitonas (todos os tipos), e todas as comidas especiais. Falando em comida, ela adora. Experimenta todas: se não gostar, não gostou, o que fazer? Pelo menos provou. Não brinca mais da moça da pedra com a avó (que continua sendo chamada carinhosamente de vovó), e agora conversam sobre livros. Atualmente, não tem a menor idéia do que quer ser. Mas pretende decidir logo. Também quer estudar mais esse ano, e se dedicar mais ao que gosta (metas, prazos, objetivos, tudo isso). Mas ok, admite que ainda adoraria ser uma sereia. Daquelas lindas de morrer. Ainda tem a cicatriz na testa, que veio da batida no portão. Ainda ama ler, cada vez mais. Pelo menos agora, virou mulher de um homem só. Apaixonaaada..."

domingo, 24 de janeiro de 2010

Instintos.

Evolução.

A muitos anós atrás, nos comunicávamos de uma forma que hoje não compreendemos. Para nos alimentarmos, precisávamos fazer algo que hoje não sabemos mais como: caçar. Ninguém se preocupava com o cabelo que não estava brilhoso, com a unha cheia de cutículas e com as roupas modernas que não poderia comprar.

Sobrevivência. Algo que, a algum tempo atrás, lutavamos para ter. Para conquistar. Hoje, é difícil parar para pensar nisso. É dificil ver alguém lutando por sua sobrevivência, pois nós apenas... sobrevivemos. Com os avanços da medicina podemos diagnosticar nossas doenças e tratá-las de uma maneira simples, em sua maioria.

Evoluímos, com a certeza de que melhoramos. Afinal, evoluir não é isso? Crescer? Deixamos para trás nossos hábitos primitivos, que foram substituídos por atos mais racionais e não focados apenas em nossa sobrevivência. Porém, não foi tudo deixado para trás. Podemos agradecer aos nossos antecessores por ainda conservarmos esse instinto. Esse, que mal usamos. Esse, até considerado dispensável. Esse, que salvou inúmeras pessoas no Haiti. O instinto de sobrevivência.

Como pessoas podem ficar soterradas por mais de 10 dias e sobreviverem? É o instinto de sobrevivência. Se tivessemos olhos apenas para nosso eu evoluído, negando o passado, não teriamos esse instinto. Essa chance.

Ontem suspenderam as buscas por sobreviventes no Haiti. Anteontem, ainda haviam encontrado mais sobreviventes. E, com toda a certeza, ainda existem muitas pessoas soterradas, com nada além de seu instinto de sobrevivência, esperando para serem salvas. Esperando um socorro que não vai chegar.

Só podemos esperar que o instinto os salve. Apesar de tudo, é bom termos conservado alguns de nossos antigos costumes.

As características básicas do ser humano.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A folha

Quando é pra falar de sexualidade, sou uma pessoa irritada. Me irrito com o preconceito, me irrito com a opinião dos outros. Escuto muito falar: "hoje em dia temos mais opções em relação a nossa sexualidade". Como se nós fossemos "escolher" nossa sexualidade.

Para mim, escolher sua sexualidade seria a mesma coisa que preencher uma folha de papel com a pergunta: "O que você quer ser? De quem você quer gostar?". Aí, você pensa, levanta os prós e contras, e marca a sexualidade que você quer. Pronto, escolheu, tá feito. Ninguém escolhe sua sexualidade! Duvido que qualquer homem que se sinta atraido pelo mesmo sexo tenha algum dia pensado "Ok, quero gostar de homens". Você se sente atraído. Você não se sente atraído. Meu ponto é: isso vem de dentro.

Você aceita a homossexualidade?
Vou te deixar pensando um pouco. Pensou? E então, o que decidiu? Aceita? Não aceita? Não importa. Deixe sua opinião de lado por alguns momentos e pense sobre isso: sua aceitação não vai mudar nada. Não vai fazer ninguém "mudar" sua sexualidade. Nesse exato momento, um casal homossexual está terminando. Outro está começando. Você não muda nada disso. Guarde sua aceitação, ou falta dela, para você mesmo, e tente viver sem preconceito.

Talvez, nesse exato momento, você esteja aí, se questionando sobre sua sexualidade. Talvez você esteja lutando contra o preconceito. Talvez esteja vendo o Big Brother e rindo dos "boiolas". Talvez não se importe.

Eu só tenho um pedido: não preencha a folha em que você analisa e decide sua sexualidade. Você nao deve explicações. Não deve motivações. E o que você realmente é, bom, ninguém pode tirar isso de você.

Resenha Crítica: Precisamos Falar Sobre o Kevin



A primeira coisa que me chamou atenção nesse livro foi a capa. Sempre julguei livros por sua capa, e até agora essa tecnica tem dado certo. Comprei o livro, mesmo com a minha mãe apresentando uma relutância tão grande em relação a ele (não me pergunte o motivo, eu não saberia responder).

Escrito por Lionel Shriver, este foi seu primeiro romance. Foi rejeitado por inúmeras editoras antes de finalmente ser aceito, se tornando um best seller.

O livro é narrado pela mãe de Kevin, por meio de cartas a seu ex marido, Franklin. Intercala momentos do passado e do presente. Franklin queria ter um filho, e sua mulher não. Em um momento ela engravida, e já cultua um tipo de raiva por Kevin antes mesmo de seu nascimento. Ela não imaginava que, 16 anos depois, seu filho seria o autor de uma carnificina que matou colegas, professores e funcionários de seu colégio. Um livro que te faz pensar se a raiva de uma mãe pode tornar seu filho um psicopata.

Se eu tivesse que descrever o livro em uma palavra, seria "perturbante". Não é o livro certo para quem procura uma leitura simples e relaxante. Para mim, o maior problema do livro foi um pouco de falta de objetividade. É obvio que a autora teria que explicar bem a historia de Kevin, mas em muitos momentos o livro se tornou maçante. De uma hora para outra, se torna eletrizante, com um final surpreendente. É com absoluta certeza um livro muito bem escrito.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O direito exclusivo de errar

Errar é humano. É errando que se aprende, e todo mundo tem o direito de errar. É, infelizmente eu não penso assim.

Quer dizer, errar é fundamental. Eu acho que não seria nem metade do que sou se não tivesse tido a chance de aprender com meus próprios erros. Por exemplo: sabe quando tu vai fazer uma coisa, ou está fazendo uma coisa, e a tua mãe te olha com uma cara meio estranha, e depois faz um discurso gigante do qual você pode tirar lições e previnir seu próprio erro? Pois é, eu nunca liguei muito pra esses discursos. Pode parecer hipocrisia da minha parte, e geralmente, no fim eu erro (e feio). Mas tem o lado bom: eu estou aprendendo com meu próprio erro, e sabe o que? Se eu não fizesse do meu jeito ficaria pensando como teria sido se tivesse feito como eu queria.

Agora, pense em um grupo. Alguém desse grupo, vamos chamá-lo de F (fulano), tem que tomar uma decisão importante para o grupo inteiro. Ele tem duas opções, sendo que uma decisão seria melhor para ele, e a outra ajudaria a todos. O F faz uma escolha: decide se beneficiar, tendo a chance de ajudar ao grupo, mas apenas tendo a si mesmo em mente. Mas ele não escolheu a opção que beneficiaria diretamente o grupo inteiro. Ele errou. O erro que ele cometeu prejudicou a todos menos a ele mesmo. Quer saber? Ele era um líder. Líderes não podem se dar a chance de cometer esse tipo de erro pensando em si mesmos. Um presidente, um líder mundial, tem que pensar no grupo. E não pode se dar a chance de errar.

Talvez eu esteja sendo dura, e eu provavelmente estou. Gosto de ter meu direito de errar, do mesmo jeito que sei que os "líderes" também são humanos e erram. Mas sempre que alguém, com seu erro, pode influenciar outras pessoas, deve pensar um pouco.

Quando as consequencias do seu erro não se limitam a você, pense. No grupo. Talvez se todos pensassem assim, teríamos um mundo menos egoista.

E possivelmente um mundo com líderes de verdade.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Kiwi e Saudade

Saudade: Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir.
Saudade... da minha amiga.

Kiwi: Fruta, animal, ou pessoa.
Kiwi... é a minha amiga.

Um ano. Era o tempo que ela iria ficar distante. Distante é pouco, porque a Nova Zelandia é um poquinho mais do que distante. Ok, é basicamente do outro lado do mundo, e ser separada de uma pessoa, uma amiga tão importante para ti por tanta distância e tanto tempo é, bem, cruel. Mas tinha certeza de que quando passasse, todos diríamos: "nossa, como passou rápido!", mesmo que os dias tivessem se arrastado e o relógio não andasse.

Hoje eu a revi. Foi tudo. Tinhamos 365 dias de novidades para contar e 365 dias de saudade para matar. Por um lado foi engraçado; ainda tinhamos os mesmos assuntos, fofocávamos sobre as mesmas pessoas e nossos gostos eram muito parecidos. Nada havia mudado, afinal. Ela havia ganho um ano de experiência em um país completamente diferente. Eu havia ganho um ano de experiência sobre como controlar a saudade. Nos divertimos até confundindo pobre criancinhas dizendo que meu nome é Julia e o dela é... bem, Júlia (a criança não aceitou aquilo muito bem e achou que nós estávamos tentando enganá-la).

Depois de tudo isso, tenho: uma amiga Kiwi (neozelandeses também são conhecidos como Kiwis) e um chaveiro do animal Kiwi (sim, esse animal existe, procurem no google. Meu namorado diz que parece uma galinha, mas não é verdade).

Só faltou a fruta.
Ju (L)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Resenha Crítica: "Um Best Seller para Chamar de Meu"



Esse foi o primeiro livro de Marian Keyes que eu li. Já havia ouvido falar centenas de vezes de seus livros, mas apenas quando minha mãe comprou (para ela mesma, e não para mim) surgiu uma oportunidade de ler.

Marian Keyes, a autora, se formou em Direito. Trabalhou como garçonete, enquanto lutava contra seu vício do alcoolismo e até uma tentativa de suicído. Depois de vencer essa parte de sua vida, começou a trabalhar como autora de romances, tendo muito sucesso.

No livro, Gemma, uma organizadora de eventos, tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu pai, depois de muitos anos de casamento, larga sua mãe e vai viver com uma mulher apenas um pouco mais velha que ela própria. Ainda por cima, vê sua ex-amiga Lily dona de um livro de sucesso. Além de ter roubado o homem de sua vida, Lily vai roubar seu sonho de ser escritora?

Jojo é agente literária, selecionando livros e os mandando para editoras. Ela é a agente de Lily, e acaba aceitando também um livro de Gemma. Ainda por cima, tem um caso com seu chefe, Mark (ele é casado e tem duas filhas), o que pode arruinar suas chances de se tornar sócia da empresa.

Lily e Anton estão tentando arranjar dinheiro para conseguir viver, quando Lily sofre um assalto, grávida. Depois desse terrível ocorrido, ela se sente inspirada para escrever um livro. Algum tempo depois, o livro é um sucesso de vendas. Porém, ter de conviver com a culpa de ter roubado o homem que Gemma amava e ainda ama, é demais para ela.

O livro anda intercalando narrativas das três personagens, assim conhecemos a vida e o estado de cada uma delas. Aos poucos, elas vão entrando uma na vida da outra de formas diferentes. Não tinha muitas expectativas com o livro; li apenas porque tive a oportunidade. Porém, me surpreendi. É um ótimo livro para desopilar, além de que em vários momentos você se sente tão próximo dos personagens que começa a torcer por eles. Pode parecer um livro extenso (são mais de 700 páginas), principalmente para um Chick-Lit, mas você nem vê as páginas passando. Ao terminar o livro, as 4 da manhã, queria mais.

Nota: 5/5. Pode não ser um livro muito profundo, mas é ótimo para quem quer relaxar lendo um bom livro.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Mande Vinícius de Moraes pastar

Dizem que beleza é fundamental.

Quem disse? Os poetas. Os pensadores. Os músicos. Os escritores. Os famosos. Os normais, como eu e você. A verdade é: todo mundo concorda que beleza é, sim, fundamental. Mas fundamental para que?

Quer passar no vestibular? Beleza não é importante. Quer ir bem na escola? Beleza nunca teve nada a ver com isso. Quer escrever um livro? Pff, a menos que sair bonito na contracapa de seu livro seja essencial para você, ser bonito não importa. Se você me disser que quer ser modelo, bom, aí sim tenho de concordar que beleza é fundamental.

Agora, tirando esses casos egocêntricos e narcisistas (ok, vou tentar não generalizar, desculpe), podemos chegar a conclusão de que quem disse "beleza é fundamental" está errado. Dane-se Vinícius de Moraes. Quero dizer, aí está um exemplo: outro feioso exigindo beleza, que se deu muito bem na vida. Sem ser lindo.

O que eu quero dizer é: pare de se lamuriar, afundado na tristeza de não ser bonito, e vá viver um pouco. Tenho certeza absolutíssima de que a última coisa que vai te impedir de viver, é a beleza.

Ou a falta dela.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Um guarda chuva amarelo

Tem gente que precisa ser diferente.

Não faz o que os outros fazem, porque assim iria chamar atenção ("imagina, eu? Querendo chamar atenção?"), mas assim que pode está em outro escândalo protestando contra qualquer bobagem que pareça ser, bom, diferente. E assim, consegue toda a atenção que queria inicialmente ("espera aí, eu nunca disse que queria atenção!"), e com um bônus: sendo diferente! Oh, joy.

É o mais indie dos indies. Gosta de ler os livros que não saem das prateleiras das livrarias, pois ninguém quer. Ridiculariza os outros por sua "falta de cultura". Fuma e bebe (mas é claro, sem chamar atenção). Vive brigando com os pais desnecessariamente. Chora no meio da aula por alguma tragédia de sua vida pessoal, ou não. Se não chora, não chora nunca. É durão, forte, mas no fundo um imaturo. A única coisa que importa é ser o guarda-chuva amarelo no meio dos pretos.

Um dia vai perceber que querendo ser tão diferente, tu acaba sendo igual.

A história dos 1000 pares de sapato

Não vou mentir. Admito que eu sempre quero alguma(s) coisas. Atormento minha mãe pra conseguir mais dinheiro, dou mil motivos para ela de porque eu mereço a tal coisa, enfim, tento com muito afinco conseguir o que é, com certeza, essencial para mim. Ela está certa quando diz que, se fosse atender todos os meus pedidos, nós já estaríamos pobres (por deus, que ela não leia isso).

Por outro lado, sei, tenho certeza absolutíssima, que o meu caso não é o pior. Convivo com pessoas que vivem para mostrar suas coisas novas. Na minha aula de teatro, toda a sexta-feira a C. mostrava o que tinha de novo. Fui colega dela por um ano, e ela sempre teve jóias, sapatos, blusas, brilhos, maquiagens; enfim. Tudo novo. Era espantoso, porque toda a semana, ela chegava com uma nova variação de algo que ela já tinha. Geralmente era um colar, uma pulseira (com muito brilho, assim que ela gostava). Algumas das minhas colegas tinham inveja dela, mas eu acho que é desespero.

Outra situação: uma mulher aqui da minha cidade, que não usa a mesma roupa duas vezes. O closet dela é do tamanho da sala da minha casa, e se eu disser que ela tem mais de 1.000 pares de sapato não vou estar mentindo. Mas essa mulher, vou chamá-la de F (fulana), é amiga da S. A S, sempre que sai com ela, a proíbe de comprar um sapato novo. Pergunta se ela realmente precisa daquilo, e diz que ela já tem um muito parecido. O marido da F já disse: desde que ela começou a sair com a S, gastou muito menos. A F diz que a S é diferente: sua única amiga que não estimula a compra. Agora, vejam só. Todas as suas amigas a influenciam a ter coisas que sabem que são desnecessãrias, mas que querem ter, comprar, usar.

Todos somos um pouco consumistas. Alguns de nós sabem como controlar, outros não. Alguns encontram alguém para ajudar, alguns só encontram a sociedade, pressionando cada vez mais uma nova compra.

Sou jovem, e tenho uma mente consumista. Tenho certeza. Sempre quero algo. Mas devo ser uma consumista consciente (ou pobre), porque a maior parte de meus sonhos de consumo terminam lá em suas prateleiras, dentro da loja.

Melhor assim.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O título de melhor amiga

Nunca pude me queixar de ter poucos amigos. Certo, também nunca tive muitos, mas dizer que não tinha seria mentira. Tive amigas de todos os tipos, e uma delas era a "melhor amiga" típica de quando nós somos mais novos, acredito eu.

Deixa eu explicar: sempre fui amiga da R, S, e da K. Desde os 2 anos. E elas sempre ocuparam um posto importante em questão de amizade na minha vida. Aí, apareceu a F (F de Fulana). Ela se tornou uma grande amiga para mim: nós sempre brigávamos, até por motivos ridículos, mas ela não deixava de ser importante. Ela tinha um problema. Precisava que eu dissesse para ela, umas cinco vezes por dia, que ela era minha melhor amiga. Porque, vejam bem, ela TINHA que ser minha melhor amiga. Mande a R, a S e até a K pastarem. A F tinha que ser a mais especial e única com esse título.

Eu sabia que isso era ridículo. Que não precisava provar minha amizade. Mas ela também ficava chateada se eu dissesse ter várias melhores amigas. Então, eu dizia que era ela. Ela ficava feliz, e a história terminava por aí (até que ela fizesse essa pergunta fatídica de novo). Hoje, dois anos depois, mal falo com ela.

Agora, onde eu quero chegar com essa história? Sim, eu acho que existem melhores amigos. Quer dizer, a existência deles, para mim, é bem real. Aquelas três, citadas no começo do texto, que apareceram 12 anos atrás na minha vida, são amigas. Porque elas são as melhores? É simples. Porque em toda a minha vida, elas foram as amigas que me deram apoio, que me fizeram cair na real, que tinham consciência dos meus defeitos mas nunca disseram que eu precisava mudar.

"Melhor amiga" não é um título para ser exibido para o mundo inteiro. Não é algo exclusivo. Melhor amiga é, bom, aquela amiga que você sabe que vai estar lá. Elas estiveram lá por mim nos últimos 12 anos. Não posso prever o futuro, e nem quero. São minhas melhores amigas: nunca precisaram que eu dissesse isso para elas. Do mesmo jeito que elas nunca precisaram me dizer isso.

Elas só... são.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Fanatismo e afins

Era inverno.

A terceira semana de julho, e acho que era uma sexta feira, para ser exata. 2008.

Estava de férias, em uma cidade que posso chamar de segunda casa: Gramado. Não consegui me conter, e tive de ir na livraria. Era daquelas bem aconchegantes: pessoas bebendo chocolate quente na entrada, o chão de madeira e livros abarrotados por aí. Me dirigi a vendedora: "Acho que o nome é Toillet." Ok, certamente era um nome estranho. Ela me deu em mãos um Twilight. "Crepúsculo. Deve ser este que tu procuras." Dei de ombros. Nem sabia da história do livro. Só havia ouvido falar. Possivelmente falava sobre vampiros os algo assim. Só sei que a capa era linda. Não me entenda mal, sempre julguei livros pela capa, e isso sempre me levou a ótimas leituras. Voltei para casa e, alheia ao mundo ao meu redor, comecei a leitura. As cinco da manhã parei de ler: havia terminado o livro.

Essa leitura desencadeou um fanatismo que eu não esperava. Em uma semana havia lido o resto da coleção (menos o último, que ainda não havia sido lançado naquela época). Foi uma época ótima para mim, pois conheci pessoas que hoje são grandes amigas, e uma certeza que tenho é que terei grandes histórias para contar para, bem, quem quiser ouvir.

Foi bom enquanto era exclusivo. Enquanto eu conseguia olhar no rosto das pessoas e dizer quem já havia lido o livro.

Não sei como aconteceu. Só sei que em um segundo era tudo para mim, e no próximo não importava mais.

Acredito ter aprendido algumas coisas realmente importantes com isso. Fanatismo? É ótimo pra quem vive apaixonada, e ridículo para quem olha de fora.

Vivam, sei lá. Parem de caçar posers. Parem de exibir seus itens de colecionador ou seja-lá-o-que-vocês-tem de seus ídolos. A um ano e meio atrás, eu iria querer apedrejar quem escreveu esse texto cheio de calúnias e difamações.

Hoje eu sei que não tem como tirar lições pelo que os outros contam. Um dia acontece contigo e tu entende.

(PS.: Esse texto não tem objetivo de ofender ninguém, nem de dar lição de moral. Só estou compartilhando um pouco do que vivi. Se você se sentiu ofendido... sugiro que pense um pouco sobre se o seu grau de fanatismo é saudável.)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ler ler ler ler ler ler ler

Férias.

Alguns vivem no tédio, pensando em coisas novas para fazer.
Outros vivem correndo, tentando arranjar tempo para coisas novas.

Para mim, dizer que não tem tempo pra tal coisa, nas férias, é a desculpa mais esfarrapada do universo. Quero dizer, dois meses em que as únicas coisas que teus pais irão te obrigar a fazer são comer e dormir (ou nem isso), dizer que não tem tempo é desculpa. Arranjem um tempo (e eu sei que com algum esforço vocês vão conseguir) para ler um livro. Ok, eu não vou ser a chata que obriga vocês a fazerem isso nas férias, mas eu vou ser a chata, sim, que vai dizer lhes avisar que um livro pode trazer diversão, colocando um pouco mais de conhecimento nessas cabecinhas ocas e tontas por causa da insolação (decorrente das 12353154 horas que você passou na praia sem protetor solar).

Não, mas agora, falando sério. Com tempo, sem tempo, leiam um livro. Interrompa sua existência durante algumas horas ou minutos para viver uma outra história. Não deixem os livros se acumularem em suas mesas de cabeceira, não dêem tempo para eles ficarem parados. Leiam leiam leiam leiam leiam leiam.

Quando as férias terminarem, e junto com elas sua insolação for embora, você vai perceber que valeu a pena. Ler.