segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A história dos 1000 pares de sapato

Não vou mentir. Admito que eu sempre quero alguma(s) coisas. Atormento minha mãe pra conseguir mais dinheiro, dou mil motivos para ela de porque eu mereço a tal coisa, enfim, tento com muito afinco conseguir o que é, com certeza, essencial para mim. Ela está certa quando diz que, se fosse atender todos os meus pedidos, nós já estaríamos pobres (por deus, que ela não leia isso).

Por outro lado, sei, tenho certeza absolutíssima, que o meu caso não é o pior. Convivo com pessoas que vivem para mostrar suas coisas novas. Na minha aula de teatro, toda a sexta-feira a C. mostrava o que tinha de novo. Fui colega dela por um ano, e ela sempre teve jóias, sapatos, blusas, brilhos, maquiagens; enfim. Tudo novo. Era espantoso, porque toda a semana, ela chegava com uma nova variação de algo que ela já tinha. Geralmente era um colar, uma pulseira (com muito brilho, assim que ela gostava). Algumas das minhas colegas tinham inveja dela, mas eu acho que é desespero.

Outra situação: uma mulher aqui da minha cidade, que não usa a mesma roupa duas vezes. O closet dela é do tamanho da sala da minha casa, e se eu disser que ela tem mais de 1.000 pares de sapato não vou estar mentindo. Mas essa mulher, vou chamá-la de F (fulana), é amiga da S. A S, sempre que sai com ela, a proíbe de comprar um sapato novo. Pergunta se ela realmente precisa daquilo, e diz que ela já tem um muito parecido. O marido da F já disse: desde que ela começou a sair com a S, gastou muito menos. A F diz que a S é diferente: sua única amiga que não estimula a compra. Agora, vejam só. Todas as suas amigas a influenciam a ter coisas que sabem que são desnecessãrias, mas que querem ter, comprar, usar.

Todos somos um pouco consumistas. Alguns de nós sabem como controlar, outros não. Alguns encontram alguém para ajudar, alguns só encontram a sociedade, pressionando cada vez mais uma nova compra.

Sou jovem, e tenho uma mente consumista. Tenho certeza. Sempre quero algo. Mas devo ser uma consumista consciente (ou pobre), porque a maior parte de meus sonhos de consumo terminam lá em suas prateleiras, dentro da loja.

Melhor assim.

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