Na internet, todo o tipo de comentário é feito. Muitas pessoas não pensam antes de se posicionar, principalmente por estarmos em um meio cheio de liberdade e sem muitas limitações aparentes. Isso rendeu, para mim, o comentário mais impressionante e triste que já ouvi sair das palavras de alguém.
O Twitter é um site que nos permite realizar postagens curtas, sobre basicamente qualquer coisa que desejarmos. Todo mundo conhece a regra: precisamos expressar o que pensamos em apenas 140 caracteres. Nunca fui muito adepta dessa ferramenta: é interessante para saber o que acontece no mundo com uma velocidade impressionante, mas para mim é dificil me expor em tão poucas palavras. Minhas opiniões tomariam muito mais espaço, e as coisas que podem ser ditas com poucas delas simplesmente não interessariam a ninguém. Mas ok, de vez em quando estou por lá.
Aí me deparei com uma postagem em minha timeline (um retweet, o que me deixa ainda mais surpresa: como DUAS pessoas no mundo podem afirmar uma coisa dessas e ainda achar normal?) que dizia: "Uso tanto o twitter que agora também penso em 140 caracteres". Com uma naturalidade impressionante, essa pessoa consegue afirmar que pensa em 140 caracteres e não vê nada de errado nisso. Mas tem alguma coisa muito errada. Não aprendemos com nossa família, com a escola, com livros, que precisamos ter nossa própria opinião? Precisamos pensar fora da caixinha, precisamos nos impor?
Acho que não preciso me extender muito em porque acho isso algo tão horrível. Já li essa frase a algum tempo e ainda não a esqueci. Sinceramente, duvido que isso venha acontecer em breve. Porque essa pessoa que só queria ser legal e falou que gosta taaaaanto do twitter que começou a PENSAR do jeito que fala lá...
Me fez ter vergonha dessa geração que acha que passar o dia colado no computador é ótimo, que acha que livros são inúteis, maçantes e ultrapassados. Eu pensei que a nossa juventude - a minha juventude - fosse mais do que isso. É triste saber que posso estar enganada.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
quinta-feira, 3 de março de 2011
Memórias
Sempre achei que a pior doença de todas é o Alzheimer. Claro, não conheço todas as doenças do mundo e também nunca passei por dores relacionadas a elas, então a mim só cabe imaginar o sofrimento pelo qual elas podem te fazer passar. Também nunca sofri de Alzheimer e nunca tive nenhum parente próximo que sofreu. Para ser bem sincera, não conheço ninguém que tenha tido esse mal.
Desde pequena eu acredito que tudo que temos são nossas lembranças. Tenho certeza que parece clichê, mas de que vale... bem, de que vale absolutamente todos os bens materiais e psicológicos que temos durante toda nossa vida se um dia tudo será esquecido? Por isso sempre tive medo de perder a memória. Perderia todas as minhas alegrias, minhas decepções, e minhas dores, que não foram menos importantes do que os momentos felizes.
Não sei como iria viver com a presença do Alzheimer em minha vida. Imagino se alguém muito próximo de mim sofresse desse problema; eu veria passo a passo a doença se desenvolver. Poderia ver de primeira mão como alguém não se lembra do dia em que estamos e, algum tempo depois, não lembra das pessoas com quem conviveu durante toda a vida. É uma doença triste, essa. Não há a dor física presente em milhares de doenças horríveis das quais ouvimos falar todos os dias, mas há a dor psicológica. É uma doença que não apenas machuca quem a vive, como também quem a presencia.
Algumas coisas são inevitáveis. O destino, ou seja lá o que for, coloca coisas em nossa frente, sejam elas boas ou ruins. Para o meu destino, só peço uma coisa: não leve minhas lembranças, pois elas são tudo que tenho.
Desde pequena eu acredito que tudo que temos são nossas lembranças. Tenho certeza que parece clichê, mas de que vale... bem, de que vale absolutamente todos os bens materiais e psicológicos que temos durante toda nossa vida se um dia tudo será esquecido? Por isso sempre tive medo de perder a memória. Perderia todas as minhas alegrias, minhas decepções, e minhas dores, que não foram menos importantes do que os momentos felizes.
Não sei como iria viver com a presença do Alzheimer em minha vida. Imagino se alguém muito próximo de mim sofresse desse problema; eu veria passo a passo a doença se desenvolver. Poderia ver de primeira mão como alguém não se lembra do dia em que estamos e, algum tempo depois, não lembra das pessoas com quem conviveu durante toda a vida. É uma doença triste, essa. Não há a dor física presente em milhares de doenças horríveis das quais ouvimos falar todos os dias, mas há a dor psicológica. É uma doença que não apenas machuca quem a vive, como também quem a presencia.
Algumas coisas são inevitáveis. O destino, ou seja lá o que for, coloca coisas em nossa frente, sejam elas boas ou ruins. Para o meu destino, só peço uma coisa: não leve minhas lembranças, pois elas são tudo que tenho.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Perspectiva
Passei as duas últimas semanas na praia. Em relação ao tempo, essas duas semanas não poderiam ter sido escolhidas de forma pior. Chuva incessante do primeiro ao último dia (que foi adiantado em 24h, pois ninguém aguentava mais o tempo). Esse tempo ocasionou um certo problema: a falta do que fazer. Ir a praia não era uma opção, nem ir ao centro, pois chovia demais até mesmo para isso. Ficar em casa se tornou a melhor ideia. Agora, casa alugada e pequena, com sofá desconfortável e em um numero proporcionalmente menor do que o número de habitantes da casa, só piorava a situação.
Decidi ler. Não foi uma decisão muito revolucionária, para ser bem sincera. Sempre vou munida de vários livros para a praia e leio todos antes de voltar. Mas acho que esses dias em que fiquei "incubada" em casa me trouxeram outra face da leitura que antes eu simplesmente não observava.
Li alguns livros realmente emocionantes. Deixavam a desejar um pouco na forma como eram escritos, apesar de seu autor ser bem conceituado. Mas ok, romances adolescentes deixaram de ser meus favoritos a alguns anos, e eu sabia que estaria me arriscando ao comprar um box com quatro livros do mesmo autor, especialmente sobre esse tema. Chorei lendo todos eles. Quem me conhece, sabe que eu sou a legítima torneirinha: choro excessivamente. Mas esses livros realmente me tocaram. Depois desses, li um romance policial muito bom, e finalmente me senti em casa novamente. E foi com esse livro que eu percebi qual a diferença que a leitura dá para minha vida.
Ao terminar de ler cada um deles, apliquei a mensagem deles ao momento que vivia, sem nem ao menos perceber. Isso me deu a oportunidade de observar meus problemas, ansiedades e todos os outros sentimentos de outra forma, pois não analisei-os da forma que costumo fazer. Não foi aplicando meus valores nem nada do tipo. Simplesmente apliquei algo que o livro em si passou para mim, e consegui uma nova perspectiva. Percebi estar errada em algumas situações e decidi ser mais flexível em outras.
Essa é a importância dos livros para mim. Sempre vai haver algo novo para observar.
Um livro novo sempre vai te dar uma nova perspectiva.
Decidi ler. Não foi uma decisão muito revolucionária, para ser bem sincera. Sempre vou munida de vários livros para a praia e leio todos antes de voltar. Mas acho que esses dias em que fiquei "incubada" em casa me trouxeram outra face da leitura que antes eu simplesmente não observava.
Li alguns livros realmente emocionantes. Deixavam a desejar um pouco na forma como eram escritos, apesar de seu autor ser bem conceituado. Mas ok, romances adolescentes deixaram de ser meus favoritos a alguns anos, e eu sabia que estaria me arriscando ao comprar um box com quatro livros do mesmo autor, especialmente sobre esse tema. Chorei lendo todos eles. Quem me conhece, sabe que eu sou a legítima torneirinha: choro excessivamente. Mas esses livros realmente me tocaram. Depois desses, li um romance policial muito bom, e finalmente me senti em casa novamente. E foi com esse livro que eu percebi qual a diferença que a leitura dá para minha vida.
Ao terminar de ler cada um deles, apliquei a mensagem deles ao momento que vivia, sem nem ao menos perceber. Isso me deu a oportunidade de observar meus problemas, ansiedades e todos os outros sentimentos de outra forma, pois não analisei-os da forma que costumo fazer. Não foi aplicando meus valores nem nada do tipo. Simplesmente apliquei algo que o livro em si passou para mim, e consegui uma nova perspectiva. Percebi estar errada em algumas situações e decidi ser mais flexível em outras.
Essa é a importância dos livros para mim. Sempre vai haver algo novo para observar.
Um livro novo sempre vai te dar uma nova perspectiva.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Making momma so proud.
Ultimamente tenho escutado muitas pessoas falando sobre as crianças e seu desejo cada vez maior de crescer. Parece que elas não tem conseguido aproveitar a fase da vida pela qual passam, querendo sempre estar um passo a frente, aparentando mais do que elas de fato são. Realmente, concordo com o fato de que cada vez mais essa tendência vem crescendo, mas não tenho tanta certeza em relação aos que dizem que isso seria errado.
O maior argumento dado pelos que são contra essa pressa é que as crianças estão perdendo um período de sua vida que nunca poderão viver novamente, e que, se não bem aproveitado, pode trazer problemas no futuro. Não sei, para mim isso sempre pareceu algo natural. Talvez brincar de gente grande não devesse ser algo levado de uma forma tão séria, e sim interpretado com a mesma conotação que as crianças dão à brincadeira.
Eu, quando criança, sonhava em ser adolescente. Queria ter namorados, queria me maquiar, usar roupas lindas, pintar as unhas... Nenhum desses fatores é algo que uma criança faz com naturalidade, certo? É exatamente esse o meu ponto. As crianças sonham com o momento em que se tornarão "grandes" e, certo, brincam de ser adultos. Que mal faz a criança pintar suas unhas com esmaltes infantis ou se arrumar com as maquiagens da mãe de vez em quando? Isso se torna uma atividade divertida, que faz com que as elas aproveitem sim o momento no qual vivem (ou você já viu alguém maquiado da mesma forma que uma criança brinca de se maquiar?) sonhando com o que serão um dia. Claro, sem exageros.
Enquanto as crianças puderem se divertir dessa forma, aproveitando o presente se divertindo com o futuro, dou meu apoio. E, pais preocupados, por favor deixem essa paranóia de lado: o que seu filho faz é exatamente o que você fazia muitos anos atrás.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Política.
Eleições. De vez em quando, a galera tem a chance de fazer algo pelo país, tentando mudar as diversas insatisfações apresentadas por... bem, todo mundo. Não lembro de ter ouvido muita gente comentar sobre como a política no Brasil é ótima. Então, de quatro em quatro anos (se não contarmos as eleições para prefeito), é nos dada a oportunidade de exercer a mudança que cobramos.
Claro, sempre há o comentário "Mas pra quê? Só tem candidato corrupto mesmo..." e a imensa gama de variações que integra esse grupo. Não vou dizer que sou a pessoa mais interessada ou expert em política, porque realmente não sou. Acho que esse foi o primeiro ano em que as eleições significaram algo pra mim e eu tive algum interesse por elas, mas notei tanta coisa que me deixou tão perdida...
Todos procuram o progresso do país (ordem e progresso, não era essa a fala?), só que nessa busca, esquecem de levar consigo a seriedade. Acabam por votar em determinada pessoa porque ela tem um dedo a menos ou parece o Tiririca (mais do que seria agradável). E aí eu me pergunto, qual será nosso futuro? Como li esses dias, "o Brasil perde o país, mas não perde a piada". Triste realidade, talvez? Realmente acredito em pessoas sérias, que pesquisam e se interessam por isso, votando com seriedade em quem realmente acreditam que poderá oferecer o melhor futuro possível para todos nós.
Talvez, o que realmente esteja perdendo o Brasil, seja essa parcela que simplesmente não se importa. Ou que prefere não perder a piada.
Claro, sempre há o comentário "Mas pra quê? Só tem candidato corrupto mesmo..." e a imensa gama de variações que integra esse grupo. Não vou dizer que sou a pessoa mais interessada ou expert em política, porque realmente não sou. Acho que esse foi o primeiro ano em que as eleições significaram algo pra mim e eu tive algum interesse por elas, mas notei tanta coisa que me deixou tão perdida...
Todos procuram o progresso do país (ordem e progresso, não era essa a fala?), só que nessa busca, esquecem de levar consigo a seriedade. Acabam por votar em determinada pessoa porque ela tem um dedo a menos ou parece o Tiririca (mais do que seria agradável). E aí eu me pergunto, qual será nosso futuro? Como li esses dias, "o Brasil perde o país, mas não perde a piada". Triste realidade, talvez? Realmente acredito em pessoas sérias, que pesquisam e se interessam por isso, votando com seriedade em quem realmente acreditam que poderá oferecer o melhor futuro possível para todos nós.
Talvez, o que realmente esteja perdendo o Brasil, seja essa parcela que simplesmente não se importa. Ou que prefere não perder a piada.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Falso Patriotismo
Copa do Mundo. Não sei como funciona em outros países, mas se você mora no Brasil, é impossível viver sem ter sua rotina alterada por causa dela. Escolas modificam o horário das aulas, pessoas deixam de trabalhar e até consultas médicas são desmarcadas por causa dos jogos (falo por experiência própria). Nessa semana, só ouvimos falar sobre a expulsão do Kaká, a eliminação da Itália e as famosas vuvuzelas.
É claro que alguns não conseguem se conformar com toda essa alteração de rotina simplesmente por um jogo de futebol. É aí que começam a falar "brasileiro só vira patriota em época de Copa do Mundo". E metade da nação (aquela mesma nação que adora não ter aula para assistir aos jogos) concorda. Sinto muito, mas não posso dizer o mesmo. Não vou usar aquele antigo argumento do "futebol é a única coisa que o Brasil sabe fazer", porque também não acredito nisso. Ok, talvez paralisar o país inteiro por causa de uma partida de futebol seja algo desnecessário. Um certo exagero. Mas isso não quer dizer nada.
Concordo com o fato de que brasileiros não são patriotas. Onde eu moro é fácil ouvir pessoas dizendo que tem orgulho de serem gaúchas, porém é uma extrema raridade ouvir alguém comentando que tem orgulho de ser brasileiro. Por algum motivo, nosso país foi sendo desvirtuado por seus próprios habitantes, e no fim, ser brasileiro "não vale nada". Difícil será me convencer de que brasileiros viram patriotas apenas pela Copa do Mundo.
Pois os brasileiros que nunca foram patriotas nao viram patriotas nessa época. No dicionário, patriota: "Pessoa que ama a sua pátria e procura servi-la". Não vejo disso na Copa. O que eu vejo são milhares de pessoas torcendo por seu país, vibrando por vitórias, chorando por derrotas. Pessoas que se importam em fazer bem o que sabem que tem capacidade de fazer. Se eu fosse perder um centavo por todos os carros com bandeirinhas do Brasil que já vi esse ano, estaria pobre. Mas para que essas pessoas torcem? Para o time.
Simples assim. Toda essa torcida é para um time. E ao meu ver, isso nao é patriotismo. No momento em que os brasileiros em geral souberem cantar o hino, poderemos chamá-los de patriotas. No momento em que as pessoas começarem a se importar com a política do país, poderemos chamá-las de patriotas. Posso listar mais milhares de exemplos sobre que características tornam uma pessoa patriota, e futebol nunca será uma delas. Saber a escalação do Brasil no próximo jogo não torna ninguém patriota, e sim fanático.
Então, por favor, parem de reclamar sobre esse falso patriotismo inexistente. Antes disso, pensem um pouco sobre o que vocês querem para seu país. Decorem o dia da independência do Brasil, e depois venham me falar sobre patriotismo.
Assinar:
Postagens (Atom)